RIO DE JANEIRO, RJ – No dia seguinte a sua eleição para a Academia Brasileira de Letras, o escritor e jornalista Zuenir Ventura comentou com bom humor nesta sexta-feira (31) sua queda de pressão durante a comemoração com amigos.
“Almocei pouco, ao meio-dia, e fiquei o restante o dia sem comer nada. Já passava das 21h quando tive uma queda de pressão. Não cheguei a desabar, alguém me segurou e me ajudou a deitar. Mas quando olhei para cima e vi o Paulo Niemeyer, pensei: tô salvo”, disse Zuenir, aos risos.
O neurocirurgião Paulo Niemeyer foi um dos amigos que participaram da comemoração da escolha da ABL realizada na residência de um casal amigo de Zuenir, na Praia do Flamengo, na noite da quinta-feira (30).
O escritor chegou a passar por um hospital onde os médicos constataram que estava “tudo em ordem”. E encerrou a noite bebendo vinho em uma pizzaria da zona sul carioca. “Tudo acabou em pizza no final”, concluiu Zuenir.
Zuenir Ventura foi eleito para a cadeira 32 da ABL (Academia Brasileira de Letras), vaga desde a morte de Ariano Suassuna.
O jornalista recebeu 35 de 37 votos. Os poetas Thiago de Mello e Olga Savary receberam um voto cada um.
Zuenir foi repórter, editor e chefe de Redação de veículos como as revistas “Visão” e “Veja”, o “Jornal do Brasil” e o site “No mínimo”. Hoje é colunista do jornal “O Globo”.
Seu livro mais conhecido é “1968 – O Ano Que Não Terminou” (1988), que narra os acontecimentos no Brasil desse ano de efervescência política e cultural, com mais de 400 mil exemplares vendidos. Venceu o Prêmio Jabuti (o mais importante do mercado editorial do país) de 1995 na categoria reportagem pelo livro “Cidade Partida”, um retrato da violência no Rio.
É também autor do romance “Sagrada Família” (2012), que foi finalista do Jabuti.
Ganhou os prêmios Esso de Jornalismo e Vladimir Herzog pela série de reportagens que escreveu para o “Jornal do Brasil” sobre o assassinato do seringueiro Chico Mendes, morto em 1988. A série foi reunida no livro “Chico Mendes: Crime e Castigo” (2003).