“Eu não represento o PT. Eu represento a Presidência da República!”, afirmou a presidente Dilma Roussef, quando questionada sobre recente resolução do PT. Creio que muitos dos que não votaram nela aplaudiram essa resposta, que demonstra sensibilidade da presidente à gravidade do momento.
Antes das eleições, já havia ameaça de guerra, caso ela perdesse; “intelectuais” e trogloditas digitais declarando ódio a classes sociais. Agora, falam em “impeachment”, golpe, enfrentamento, separatismo, sangue nas ruas… Radicais de esquerda e direita buscam apoio de Cuba e Venezuela, pedem intervenção dos EUA…
É como se quisessem voltar ao pior dos anos de 1960, trocando “caminhando e cantando” pela “volta do cipó de aroeira no lombo de quem mandou dar!” até nas costas de quem nada teve a ver com suas opções; semeando maliciosamente ódio ideológico em jovens e carentes. Antes como agora, melhor seria se todos esses radicais, pró EUA, URSS ou Cuba tivessem se unido e praticado: “Vem, vamos embora!”.
Infelizmente, eles preferem prosseguir com sua “revolução” ou “contrarrevolução”, combatendo fogo com fogo ou gasolina, sem se importar que o “circo” incendeie; apostando numa escalada assimétrica destrutiva para, depois, reinar sobre escombros. Será que não sabem que quem acredita ser lícito fazer “o diabo” pode estar abrindo as portas do inferno?
Quem deseja esse caos? Quem quer uma guerra civil?
Essa insanidade pode fazer nosso país retroceder décadas, transformando-o numa nova Iugoslávia, com ódios represados, fratricidas, imprevisivelmente explosivos.
Quem conhece um pouco de história sabe que é impossível impor ditaduras num país com nossas dimensões. Quem o fez “precisou” matar milhões de compatriotas, suprimir liberdades pessoais, doutrinar e fanatizar desde a infância, patrulhar e amedrontar diuturnamente. E mesmo assim ruiu! Com a proposta “libertária” de destruir uma elite opressora, criou outra, tão ou mais! Criou uma nova forma de absolutismo!
Ideias totalitárias, de esquerda ou direita, por mais que revestidas de um “verniz” democrático, iludem, para chegar ao poder, mas só se mantêm à base de violência física ou psicológica e propaganda enganosa!
Assim, a presidente Dilma está plena de bom senso ao afirmar que representa a Presidência da República e não um único partido, mesmo que seja o seu, lembrando que sua candidatura fez parte de uma coligação.
É isso que os brasileiros esperam dela: um comportamento de estadista, muito mais do que mera executora de diretrizes partidárias! Clamam que ela se comprometa com a nação, e não com líderes carismáticos, autores de seus próprios mitos, daqui ou de fora. O país não pode eleger um e ter outro mandando em seu lugar. Tampouco ela pode governar apenas para os que a elegeram, o que seria uma temeridade.
A afirmativa dela perante a resolução do PT precisa ser um compromisso com a nação, acima de tutelas e, sobretudo, um chamamento à conciliação!
Para tanto, ela precisa urgentemente formar um governo de união nacional; desarmar os espíritos que estão sendo criminosamente instigados; não permitir ingerências externas no Brasil; preservar a liberdade de expressão e criar condições para que os brasileiros evoluam em todos os bons sentidos, deixando de ser massa de manobra de populistas, para se tornarem cidadãos autônomos, respeitadores da lei e do semelhante.
E se radicais forem contra isso, que ela tenha a coragem de superar os rancores do passado em nome do futuro; e de sempre lembrar que, enquanto ocupar o cargo, seu compromisso é com a Presidência da República, que é de todos os brasileiros!

Adilson Luiz, é escritor, engenheiro e professor universitário, Membro da Academia Santista de Letras