LUCAS VETTORAZZO E SAMANTHA LIMA
RIO DE JANEIRO, RJ – A presidente da Petrobras, Maria das Graças Foster, afirmou que a licença de operação de uma unidade da refinaria Abreu e Lima, também conhecida como Renest, em construção em Ipojuca, Pernambuco, deve sair ainda nesta segunda-feira (17).
A chamada unidade de Destilação Atmosférica é o que falta para a Petrobras cumprir o prazo de colocar a refinaria Abreu e Lima em operação em novembro. Inicialmente, o prazo para a entrada em operação era 4 de novembro.
A licença que permitirá dar partida na refinaria, segundo Graça, deve ser dada pela Agência Nacional de Petróleo. A informação foi divulgada em teleconferência sobre o resultado operacional na manhã desta segunda. Diante da impossibilidade de divulgar os resultados financeiros, a empresa destacou os resultados operacionais.
Graça confirmou que a refinaria terminará seu processo de construção tendo demandado um investimento de US$ 18,5 bilhões. A Petrobras já havia fixado um investimento para a refinaria entre US$ 17 bilhões e US$ 20 bilhões.
Segundo o depoimento feito em regime de delação premiada pelo ex-diretor de Abastecimento da companhia, Paulo Roberto Costa, os contratos da estatal com fornecedores eram superfaturados em pelo menos 3%. O TCU (Tribunal de Contas da União) suspeita de superfaturamento na construção da unidade.
RESULTADO OPERACIONAL
A empresa apresentou os dados operacionais, boa parte deles antecipada em anúncio publicado no fim de semana, como esforço para mostrar que a companhia não parou apesar da crise.
A empresa informou que, desde que a atual presidente, Graça Foster, assumiu, a eficiência na Bacia de Campos, de onde saem mais de 70% do petróleo produzido pela companhia, saltou de 68% para 86%.
Já a produção de petróleo no Brasil atingiu a média de 2,09 milhões de barris por dia – 9% acima do terceiro trimestre do ano passado. Esta semana, a Petrobras havia divulgado que a produção entre setembro e outubro foi de 0,4%, ante 0,6% no mês anterior, representando uma desaceleração em relação às taxas entre maio e agosto, na faixa de 2%.
A empresa planeja crescer sua produção em 7,5% este ano. Considerando a média diária entre janeiro e outubro, o crescimento foi de 4%, frente a de 2013.
A refinarias ampliaram o uso da capacidade de 98% para 100% no trimestre. Este número, que considera a capacidade teórica das refinarias, é possível graças à atualização de equipamentos e de uso de tipos de petróleo que permitem maior rendimento.
A produção de gás aumentou 11% em relação ao trimestre anterior, para 46 milhões de metros cúbicos. Segundo a companhia, o aumento na produção de gás permitiu reduzir em 16% a importação de Gás Natural Liquefeito no período.