RAUL JUSTE LORES
WASHINGTON, EUA – Em um discurso em Las Vegas, com clima de comício e cercado por políticos democratas de origem hispânica, o presidente americano, Barack Obama, afirmou nesta sexta-feira (21) ter “autoridade legal para fazer o sistema imigratório mais justo”.
A afirmação foi feita depois de ter assinado um decreto presidencial que evita a deportação de imigrantes que estejam há mais de cinco anos no país e que já tenham filhos americanos ou com residência legal, desde que tirem uma certidão de antecedentes criminais e paguem os impostos devidos.
“Tem gente que fala que é dura contra os imigrantes ilegais, mas se aproveita para dar salários mais baixos a quem é vulnerável e pode ser deportado”, disse.
O presidente afirmou que, apesar de não poder conceder cidadania ou vistos permanentes (o que depende de aprovação do Congresso), sua medida “permite que muita gente saia das sombras”, sem medo de deportação.
Quase 5 milhões dos 11 milhões de imigrantes sem papéis podem ser beneficiados.
Obama repetiu diversas vezes que antecessores republicanos como Ronald Reagan e George H. W. Bush aprovaram decretos parecidos para regularizar a situação de imigrantes sem documentos.
Durante o evento, dezenas de presentes gritavam “Sí, se puede”, uma versão em espanhol do slogan da campanha de 2008 de Obama “Yes, we can” (Sim, nós podemos), mas dois manifestantes reclamavam com gritos que o presidente não fez o suficiente.
Os chamados “dreamers” [sonhadores], imigrantes sem papéis que chegaram como crianças no país e não podem mais ser deportados, não conseguiram estender o fim da deportação para seus pais – só aqueles com filhos já regularizados que podem recorrer, de acordo com o novo decreto.