O Estado do Paraná está próximo de eliminar a hanseníase como um problema de saúde pública. Os números foram apresentados neste sábado (22), na cerimônia de abertura do 13° Congresso Brasileiro de Hansenologia, que está sendo realizado em Curitiba entre os dias 21 e 25 de novembro.

Atualmente, o Paraná apresenta uma taxa de prevalência da doença de 0,9 por 10 mil habitantes, quando a Organização Mundial de Saúde (OMS) preconiza como meta para eliminação da hanseníase menos de 1 caso por 10 mil habitantes. A taxa do Brasil é de 1,7 por 10 mil.

Historicamente o Paraná vem apresentando um cenário de diminuição de casos e em 2013 a meta de eliminação foi atingida, permanecendo em 2014. Esta é uma grande conquista de toda a equipe envolvida, que através da capacitação dos profissionais está conseguindo diagnosticar e tratar os casos da doença, interrompendo a cadeia de transmissão, afirmou o secretário da Saúde, Michele Caputo Neto.

De acordo com Caputo, mesmo com bons números, o Governo do Estado já traçou novas perspectivas de atuação, aliando estratégias atuais com as inovadoras, com o intuito de zerar os casos da doença no Estado.

Vamos priorizar as ações nos 12 municípios que detectaram casos em menores de 15 anos, destacou. A detecção de casos nesta faixa etária é um indicador de que podem existir casos não detectados em adultos próximos a estas crianças, permitindo que se faça busca-ativa e o tratamento para todos os contaminados.

Segundo o levantamento apresentado pelo secretário de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde, Jarbas Barbosa, o Paraná é o estado brasileiro que oferece a melhor identificação de contactantes de hanseníase. Esta vigilância é fundamental para eliminação da doença. Porque identifica a raiz do problema, afirmou. Barbosa destacou ainda que a hanseníase ainda é um problema social gravíssimo porque os casos estão concentrados em áreas de pobreza.

Em 2014, o Brasil registrou 31.004 casos da doença, sendo 2.439 em menores de 15 anos. No mesmo ano, o Paraná detectou 557 casos, sendo oito em menores de 15 anos.

Doença- A hanseníase é uma doença infectocontagiosa que se manifesta principalmente na pele, com manchas esbranquiçadas e avermelhadas, dormência, caroços pelo corpo e bolhas nas mãos e braços. A doença também compromete os nervos periféricos, podendo causar deformidades nas mãos e pés.

Uma vez diagnosticado e iniciado o tratamento, o paciente não transmite mais a doença. O tratamento, que tem duração de seis meses a um ano, é à base de medicamentos e está disponível gratuitamente no Sistema Único de Saúde.

Cuidado – Outro destaque para o Paraná é para o cuidado integral ao cidadão com hanseníase, com a retomada das cirurgias reabilitativas. Quando o paciente é diagnosticado tardiamente, a doença pode deixar sequelas que causam muitas dores e incapacitam para o trabalho.

Desde 2012, dois hospitais do Governo do Estado: o Centro de Reabilitação Ana Carolina Moura Xavier, em Curitiba e o Hospital Eulalino Ignácio de Andrade, em Londrina, já realizaram mais de 200 cirurgias reabilitativas. Os pacientes atendidos nestes hospitais também recebem acompanhamento multidisciplinar para que consigam ter mais qualidade de vida.

Congresso – O presidente da Sociedade Brasileira de Hansenologia, Marco Andrey Cipriani Frade, agradeceu o empenho do Governo do Paraná na realização do congresso que reune 480 profissionais do Brasil e do exterior. O Centro Hospitalar de Reabilitação foi o local escolhido para a realização dos cursos do pré-congresso.