O ano letivo está chegando ao fim. O que para muitos é uma alegria, para alunos que estão com notas baixas pode ser desesperador. Seja por falta de atenção ou por dificuldade em absorver todo o conteúdo durante as aulas, alguns estudantes chegam ao final do ano com o boletim vermelho. A saída é a recuperação. Aqui no Brasil, a visão negativa sobre a recuperação é muito forte. Mas ela deve ser encarada como uma oportunidade de melhoria, uma nova chance de aprender aquilo que passou. Cada um tem o seu ritmo e nem todos utilizam as mesmas estratégias cognitivas durante esse processo, explica Esther Cristina Pereira, psicopedagoga e diretora da Escola Atuação.

Para que o aluno consiga se sair bem, escola e família precisam fazer um esforço conjunto em busca da melhor solução possível. Como o jovem tem necessidade se sentir seguro e acolhido para que a resposta na aprendizagem seja positiva, o momento não pode envolver brigas ou punições. Todos têm sua parcela de culpa, mas o foco é o estudo. O aluno deve deixar um pouco de lado o lazer e as brincadeiras para rever os conteúdos abordados em sala, pesquisar, fazer atividades, lições e até mesmo participar de grupos de estudos, conta a psicopedagoga.

Enquanto cabe à família assegurar que o aluno revise e estude as matérias em casa, além de acompanhar todo o processo junto à escola – até mesmo para verificar se ela ofereceu todo o suporte necessário para o estudante, a instituição precisa checar se o aluno ficou em recuperação por falta de comprometimento com os estudos ou se ele possui alguma dificuldade na disciplina. A escola precisa contar com um atendimento diferenciado para esse jovem e ainda investigar se ele possui alguma dificuldade de  aprendizagem, como dislexia e déficit de atenção, que podem comprometer o rendimento escolar.

De acordo com Lei 9.394/96 que se refere a educação de nosso pais, os incisos IV e IX do art. 3º, a escola deve ter uma tolerância conjunta com os educadores com aqueles alunos que algum momento do processo de ensino aprendizagem tiveram algum tipo de dificuldade de aprendizado. É preciso levar em consideração de que os alunos são seres humanos e de repente em algum momento da fase de ensino aprendizagem, eles não se adaptaram com a forma de ensino rotineiro empregado pelo educador, sendo assim o professor devera em conjunto com a escola desenvolver algum método para acolher estes alunos com problemas.

Ao referir se aos docentes a lei recomenda aos estabelecimentos de ensino “prover meios para a recuperação dos alunos de menor rendimento” (inciso V do art. 12), e aos docentes que devem zelar pela aprendizagem dos alunos inciso III do art. 13. Também deve se estabelecer estratégias de recuperação dos alunos com menor rendimento.

Há muito tempo as pesquisas vêm demonstrando que o êxito ou o fracasso escolar é função de fatores encontrados tanto no contexto organizacional da escola quanto no familiar, entre os quais se incluem, obviamente, os sócio-econômicos. Este conjunto de fatores se integram e se articulam durante a prática dos docentes e discentes num processo de interação, influenciando-se mutuamente e determinando quase sempre o fracasso ou êxito de ambos em suas atividades na escola (Mello, 1983; Vygotsky,l989).


DICAS PARA NÃO TRANSFORMAR A RECUPERAÇÃO ESCOLAR EM UM DRAMA

. Escolha um espaço calmo, tranquilo e longe de distrações para ser o cantinho dos estudos
. Separe uma hora por dia para revisar os conteúdos
. Peça ajuda para professores, pais e colegas que têm facilidade com a disciplina
. Mantenha a calma e se concentre nos estudos. O desespero e a ansiedade só atrapalham
. Durma bem. Uma boa noite de sono ajuda na memorização e na fixação dos conteúdos
. Os pais devem apoiar os filhos e organizar sua agenda de estudos
. Não é hora de cobranças, de dar sermão ou bronca. Mostre a ele que você é seu aliado
. Esteja presente: acompanhe e supervisione o ritmo de estudos da criança
. Ajude-o a organizar uma agenda de estudos
. Explique ao pequeno que, nessa fase, os momentos de lazer serão reduzidos para que ele dedique um tempo maior aos estudos e que, depois, ele terá muito que aproveitar nas férias
. Se o pai for bom em matemática e você em história, por exemplo, deem uma atenção ainda maior quando for a hora de estudar tais matérias
. Caso sinta necessidade, converse com a direção da escola e com o professor. Segundo o site Educar para Crescer, além de incentivar seu filho, você pode avaliar o desempenho dos educadores
. Uma boa dica é conhecer os métodos mais usados nas recuperações e, assim, identificar o que o professor do seu filho está fazendo para ajudar nas dificuldades dele
. Ao passar na recuperação, que tal oferecer ao pequeno uma recompensa cultural? Um livro, uma ida ao cinema ou ao teatro irão enriquecer os conhecimentos do pequeno e deixá-lo ainda mais feliz por ver que o seu esforço foi reconhecido.


Guarda-mirim
Governo do Estado lançou o edital para o processo seletivo 2015 do Centro de Integração Diva Pereira Gomes – Guarda Mirim do Paraná. O programa de aprendizagem ofertará 280 vagas para adolescentes que moram em Curitiba e Região Metropolitana e que vivem em situação de risco e vulnerabilidade social.

As inscrições são gratuitas e terão início em 6 de janeiro no familia.pr.gov.br.