THALES DE MENEZES
SÃO PAULO, SP – Paul McCartney subiu na noite desta terça-feira (25) ao palco do novo estádio do Palmeiras e entregou o que todos queriam: carisma, energia e muitas canções dos Beatles.
O show começou com 45 minutos de atraso. Se tivesse sido pontual, às 21h, Paul seria recebido por uma plateia minguada, que enfrentou forte chuva e trânsito complicado em volta da arena recém-inaugurada, que abrigava seu primeiro evento musical.
A tempestade que caiu em SP na parte da tarde causou transtornos para os fãs do ex-Beatle, alagando a rua Turiassú, uma das vias que dá acesso ao estádio. Segundo a assessoria do evento, Paul estava pronto no horário e não havia problemas técnicos, mas a organização esperou o público terminar de entrar na arena.
Depois de esperar o tempo de atraso, assistindo a uma série de colagens com imagens de várias fases da vida de Paul -com trilha sonora pavorosa de suas canções, em remixes ou covers ruins-, o público perdoou o ídolo nos primeiros acordes de “Eight Days a Week”, brejeira música dos Beatles de 1964.
O local não poderia começar melhor a sua agenda de atrações musicais. As incessantes turnês de Paul McCartney trazem um dos maiores espetáculos do showbizz.
Enquanto as canções de sua banda mais famosa são recebidas com muito mais entusiasmo, boas faixas de seu mais recente álbum, “New”, lançado no ano passado, como a acelerada “Save Us”, passaram meio batidas.
Os primeiros acordes de hits dos Beatles, como “Paperback Writer” ou “Lovely Rita”, foram suficientes para incendiar a plateia de 45 mil pessoas que lotou a arena.
O som não foi perfeito no primeiro teste do estádio. Nas laterais da pista, principalmente, era embolado, sem muita definição dos agudos, prejudicando os solos de guitarra.
Paul completou nesta terça (25) 15 shows no país desde 2010. Quem estava no estádio e já tinha assistido a alguma apresentação recente -ele ainda tocou em Cariacica (ES), em Brasília e no Rio nesta turnê- o viu repetir as mesmas interações com o público.
As frases em português continuaram sendo lidas em cartões espalhados ao redor de Paul. A palavra “Sampa” foi a mais repetida por ele.
As dedicatórias também foram as mesmas de sempre: “My Valentine”, para a mulher, Nancy; “Maybe I’m Amazed”, para a eterna musa, Linda; e as carinhosas lembranças aos Beatles mortos, John Lennon e George Harrison.
A sequência final, com chuva bem forte, foi eletrizante, com o estádio virando um karaokê gigante ao entoar o hit “Let It Be”. Depois veio “Live and Let Die” e a costumeira chuva de fogos. A temperatura subiria ainda mais com “Hey Jude”, quando ele deixou todo o estádio cantar o refrão.
O show terminou após duas horas e 40 minutos, com oito músicas em duas voltas para bis.
Entre elas, “Helter Skelter” e “Yesterday”. A turnê de Paul no Brasil termina nesta quarta (26). O britânico volta a se apresentar no estádio do Palmeiras com ingressos esgotados.