GUSTAVO FIORATTI SÃO PAULO, SP – Pouco depois de tocar a velha “Magical Mystery Tour” na abertura do show que apresentou em São Paulo nesta quarta-feira (26) no novo estádio do Palmeiras, Paul McCartney tirou o paletó e arregaçou as mangas. Era o primeiro sinal de que repetiria com energia o show de quase três horas da noite anterior. E assim foi.

A chuva fina não atrapalhou em nada a sessão pensada para agradar aquele fã que permanece acompanhando a carreira de McCartney, bem como quem parou em “Let it Be”, de 1970, um dos últimos discos dos Beatles. Tudo no show era ultra pop.

Vídeos, jogos de luzes e até explosões em cena conduziram o público por uma série de paisagens, enquanto o ex-Beatle de 72 anos, incansável, exibia vigor no repertório de mais de 30 canções.

Em “Blackbird”, uma Lua imensa se moveu lentamente pelo telão no fundo da cena, enquanto uma plataforma retrátil erguia lentamente McCartney a um ponto mais alto. Atmosfera fantástica.

O ápice da loucura foi “Live and Let Die”, com explosões sincronizadas com os solos de guitarra, tudo bem nervoso. “Hey Jude” fechou o show antes do bis. Momento tocante, o público estendeu a canção em coro.

Daí McCartney voltou, tocou “Get Back”, entre outras músicas.

No segundo bis, teve “Helter Skelter” vibrando alto e em tom de metal, com formas geométricas tridimensionais ao fundo, uma imersão lisérgica típica de videogame. McCartney também sabe agradar os jovens.

Além do espetáculo visual proporcionado por um complexo de painéis instalados inclusive no chão em que ele pisou, o músico jogou o tempo inteiro com a plateia, exibindo vocabulário simpático em português. “Beleza?”. “Isso aqui tá bombando”. “Oi, São Paulo”, ele cumprimentava, animado, entre uma canção e outra.