FLÁVIA FOREQUE BRASÍLIA, DF – O ministro Gilberto Carvalho (Secretaria-Geral) afirmou que o anúncio dos novos ministros da Fazenda e Planejamento, previsto para esta quinta-feira (27), ocorreu devido à necessidade de “assegurar a credibilidade” diante de um cenário negativo da economia nacional. “A presidenta sentiu a necessidade de já anunciar agora a equipe econômica exatamente nessa linha de assegurar a credibilidade e evitar uma solução de continuidade no processo da economia brasileira”, afirmou a jornalistas.

Ele ponderou que essa é uma área “absolutamente sensível” diante do impacto na rotina dos brasileiros. “Portanto, ela [Dilma] sentiu que, para o bem do andamento da economia, valia a pena os ministros já começarem a fazer a transição.”

DEFESA DE LEVY

Carvalho ainda saiu em defesa de Joaquim Levy como titular do Ministério da Fazenda. Ele afirmou ser “natural” as críticas feitas por setores do PT ao nome escolhido pela presidente Dilma Rousseff, e negou incoerência entre a escolha feita e as críticas durante a campanha eleitoral ao sistema financeiro.

“É muito diferente a posição da presidenta Dilma Rousseff em relação aos seus auxiliares daquilo que se afigurava na campanha eleitoral. A crítica à campanha da Marina era que era um programa inconsistente e que nitidamente tinha sido escrito pelo setor financeiro. É outra coisa, completamente diferente”, afirmou a jornalistas.

Na disputa, a campanha à reeleição explorou o discurso de que a candidata Marina Silva era amiga de banqueiros, destacando sua relação com Neca Setubal, herdeira do banco Itaú. Antes de assumir a Fazenda, Levy era diretor da gestora de recursos do Bradesco.

ÚLTIMA PALAVRA

Carvalho ponderou ainda que a decisão final no governo sempre cabe ao Palácio do Planalto. “Quando o Levy aceita vir para esse governo, ele conhece esse governo, ele conhece a presidenta, é ele que está fazendo uma adesão ao nosso programa histórico. (…) Não há nenhuma submissão da presidenta Dilma a nenhum ministro, nunca houve nem haverá.”

O ministro ainda elogiou a trajetória profissional de Levy, destacando que o novo titular da Fazenda foi secretário do Tesouro no primeiro mandato de Lula (2003-2006). Ele minimizou as divergências internas diante do nome, e afirmou não ter conhecimento de que o ex-presidente Lula tenha atuado para apaziguar os ânimos entre petistas.

O governo anuncia hoje os nomes escolhidos para os ministérios da Fazenda e Planejamento, mas não haverá posse dos novos titulares. Eles participarão de equipe de transição e irão despachar no Palácio do Planalto.