EDUARDO CUCOLO, FLÁVIA FOREQUE, SOFIA FERNANDES E VALDO CRUZ
BRASÍLIA, DF – O Palácio do Planalto confirmou nesta quinta-feira (27) o nome dos novos titulares da área econômica do governo.
O engenheiro naval Joaquim Levy vai comandar o Ministério da Fazenda e Nelson Barbosa assumirá a pasta do Planejamento. Eles ocuparão os cargos de Guido Mantega e Miriam Belchior, respectivamente.
Levy e Barbosa, no entanto, não tomarão posse de imediato: eles irão compor equipe de transição e vão despachar no Palácio do Planalto, próximos à presidente Dilma Rousseff.
Em nota, a Secretaria de Comunicação da Presidência informou ainda que o presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, foi convidado a permanecer no cargo.
AGRADECIMENTOS
No comunicado, a presidente agradeceu a “dedicação” do ministro Guido Mantega, e destacou que foi o ministro mais longevo do período democrático (leia abaixo o comunicado na íntegra).
“Em seus 12 anos de governo, Mantega teve papel fundamental no enfrentamento da crise econômica internacional, priorizando a geração de empregos e a melhoria de renda da população”, diz a presidente, em nota.
Dilma também agradeceu à ministra Miriam Belchior (Planejamento) por “conduzir com competência o andamento das obras do PAC e a gestão do Orçamento Federal”.
A nova equipe econômica deve anunciar em breve as “linhas gerais” do seu plano para arrumar a economia do país, não se aprofundando nas medidas e nos cortes de gastos que devem ser feitos. O Palácio do Planalto quer aguardar a aprovação no Congresso do projeto que permitirá o descumprimento da meta de superavit primário deste ano -o que deve ocorrer na próxima semana.
Os membros da nova equipe econômica darão entrevista a partir das 16h.
ADIAMENTO
O adiamento da posse suspendeu o anúncio de novas medidas econômicas previstas para serem apresentadas nesta quinta-feira (27).
Na terça-feira (25), um pacote de medidas para reequilibrar as contas públicas, fechado por Guido Mantega, foi entregue à presidente Dilma Rousseff. Entre elas está a volta da cobrança da Cide (contribuição para regular o preço dos combustíveis).
Segundo a reportagem apurou, a decisão final será tomada em reunião da presidente com a nova equipe econômica. Nesta terça (25), ela recebeu no Planalto o futuro ministro da Fazenda, Joaquim Levy, e o novo ministro do Planejamento, Nelson Barbosa.
Na reunião, da qual também participaram Alexandre Tombini -que será mantido no cargo como presidente do BC- e Aloizio Mercadante (Casa Civil), foram discutidas as novas medidas e a futura equipe econômica.
Reportagem da Folha de S.Paulo publicada no sábado (22) informou que a presidente Dilma Rousseff havia encarregado sua nova equipe econômica de divulgar, no dia em que fosse anunciada oficialmente, um conjunto de medidas para garantir “a sustentabilidade fiscal” do governo e atrair investimentos para retomar o crescimento da economia.
A ideia é fazer um ajuste “gradual e consistente” das contas públicas nos próximos anos, buscando ao mesmo tempo retomar a política de economia de gastos para pagar a dívida pública (superavit primário) e evitar um cenário de recessão econômica no país.
EQUIPE ECONÔMICA
O nome de Levy foi colocado na mesa de discussão após a recusa do presidente do Bradesco, Luiz Trabuco.
Na sexta-feira da semana passada, dia 21, auxiliares de Dilma fizeram chegar à imprensa que Levy, Barbosa e o presidente do BC, Alexandre Tombini, comporiam o novo time da área econômica.
A Bolsa subiu, dado o perfil mais ortodoxo de Levy, mas a instabilidade continuou durante a semana porque não houve confirmação oficial dos nomes.
Isso só ocorre, de fato, agora, mas com a novidade do duplo comando na Fazenda e no Planejamento durante a transição anunciada.
Abaixo a íntegra da nota divulgada pela Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República:
“A presidenta Dilma Rousseff anunciou, hoje, três nomes da equipe econômica do seu ministério.
Para o Ministério da Fazenda, a presidenta indicou o sr. Joaquim Levy. O novo titular do Ministério do Planejamento será o sr. Nelson Barbosa. O ministro Alexandre Tombini, presidente do Banco Central, foi convidado a permanecer no cargo.
Os ministros Mantega e Miriam permanecerão em seus cargos até que se conclua a transição e a formação das novas equipes de seus sucessores.
A presidenta agradeceu a dedicação do ministro Guido Mantega, o mais longevo ministro da Fazenda do período democrático. Em seus doze anos de governo, Mantega teve papel fundamental no enfrentamento da crise econômica internacional, priorizando a geração de empregos e a melhoria da renda da população.
À frente do Ministério do Planejamento, a ministra Miriam Belchior conduziu com competência o andamento das obras do PAC e a gestão do Orçamento federal.”