REYNALDO TUROLLO JR. SÃO PAULO, SP – A Justiça negou em caráter liminar a soltura de um ex-funcionário de um colégio de Barueri, na Grande São Paulo, acusado de abusar de três crianças dentro da escola. Ele deve aguardar a sentença, que deve sair nos próximos dias, na prisão. O ex-monitor do colégio Mackenzie Tamboré Antônio Bosco de Assis, 44, foi preso em 8 de maio com base em relatos de três meninas de três anos. Uma delas, que tinha assaduras, contou à babá que havia sido tocada pelo “tio Antônio”. As outras duas, indagadas, confirmaram. Até a semana passada, o processo não apresentava provas técnicas contra o ex-monitor. A prisão dele havia sido decretada com base no reconhecimento das crianças. Após a Folha noticiar o caso, foi juntado ao processo o laudo de um médico perito, feito em maio, que não encontrou indícios de abuso nas três crianças. Na segunda (24), a advogada de Antônio, Anabella Marcantonatos, entrou com pedido de habeas corpus, fundamentado principalmente em declarações recentes do delegado Alexandre Palermo, do 2º DP de Barueri, que afirmou não saber o dia nem o local exato do suposto crime. A declaração contraria o inquérito assinado por ele e a denúncia do Ministério Público – que afirmam que o abuso aconteceu no dia 22 de abril em uma sala do prédio da educação física. A defesa diz que Antônio não esteve nesse prédio nessa data. A decisão de manter o ex-monitor preso é do desembargador Cardoso Perpétuo, do Tribunal de Justiça de São Paulo. O magistrado analisou o pedido na terça (25) e entendeu que os argumentos da defesa só poderiam ser considerados se fosse analisado o mérito da ação – o que não caberia a ele numa liminar. O desembargador remeteu a análise do pedido à Turma Julgadora do Tribunal, composta por três desembargadores. Como não há data para a análise, é provável que a sentença de primeira instância saia primeiro.