Apesar de não depender de autorização da Assembleia Legislativa, o adiamento do pagamento do adicional de férias do funcionalismo público, o governo deve provocar forte polêmica no plenário da Casa a partir da semana que vem. Ontem, o líder da bancada do PMDB na Assembleia Legislativa, deputado Nereu Moura, já questionou a medida, afirmando que pretende contestar a iniciativa em discurso na tribuna do Legislativo na próxima segunda-feira.
Moura disse que não acredita que o governador Beto Richa (PSDB) dê o que ele chama de um golpe no funcionalismo, não pagando o terço de férias no final do ano. É uma obrigação legal e moral, principalmente por ter sido reeleito no primeiro turno, onde a grande maioria da população confiou no seu trabalho, disse. Negar o direito dos trabalhadores seria um duro golpe. As famílias estão contando com este dinheirinho para pagar as contas, preparar a ceia de Natal, visitar os parentes. Se não receberem, certamente não saberão a quem recorrer, avaliou o peemedebista.
Para o líder do PMDB, em qualquer empresa primeiro se garante o salário dos funcionários para depois estabelecer outras prioridades. Porém, avalia ele, se o próprio governo que deveria dar o exemplo aplica o calote, não dá para ter esperança de que as coisas aconteçam adequadamente, afirma. Primeiro, foi a suspensão de obras, corte no custeio, depois a mensagem para conseguir um cheque em branco para gastar, a retirada de dinheiro da importante defensoria pública e para culminar uma verdadeira bordoada no funcionalismo público. Sem falar na prorrogação do mandato dos diretores das escolas estaduais, criticou o parlamentar, que promete fazer um discurso duro na segunda-feira para que o governo pare com as maldades. Desde que se reelegeu o governador Beto Richa vem anunciando sem parar um verdadeiro pacote de maldades, até parece que ficou muito revoltado por ter ganho a eleição, disse.