RAFAEL REIS SÃO PAULO, SP – Em tratamento de uma infecção no sistema urinário desde segunda-feira, Pelé, 74, está lúcido, conversando e se alimentando normalmente na UTI (Unidade de Terapia Intensiva), do Hospital Albert Einstein, em São Paulo. O ex-jogador tem sido acompanhado por sua namorada, Márcia Aoki, e por uma de suas fihas, Flávia Christina Kurtz Vieira de Carvalho. “Ele está bem-humorado. Só reclamou que tiraram o celular dele”, afirmou nesta sexta-feira (28) o assessor pessoal do Rei do Futebol, José Fornos Rodrigues, o Pepito. Mais cedo, Flávia disse ao UOL, empresa do Grupo Folha, que edita a Folha de S.Paulo, que a “imprensa está matando” seu pai. De acordo com boletim médico divulgado nesta tarde, Pelé “respira espontaneamente. A única bactéria identificada até o momento é sensível aos antibióticos utilizados. Não foi identificada nenhuma infecção sistêmica. O paciente alimenta-se normalmente por via oral”. Ainda de acordo com o hospital, o ex-jogador “vem apresentando melhora de sua condição clínica e segue sob cuidados na unidade de terapia intensiva. Continua em tratamento temporário de suporte renal (hemodiafiltração veno-venosa contínua) e lúcido”. Internado no hospital Albert Einstein desde segunda-feira (24), depois de exames de revisão de sua cirurgia de cálculos renais revelarem um quadro de infecção urinária, Pelé, 74, foi transferido para a UTI na tarde desta quinta-feira (27). Segundo boletim do hospital divulgado às 20h de quinta, ele estava “temporariamente em tratamento de suporte renal [hemodiálise], sem necessidade de outras terapias de suporte”. Ainda assim, o hospital informava que Pelé teve “melhora de sua condição clínica”. Segundo o assessor do ex-atleta, José Fornos Rodrigues, o Pepito, Pelé deve ter alta na próxima semana. A Folha de S.Paulo apurou que o Rei do Futebol apresentou sinais de sepse, ou seja, focos infecciosos nos rins. Como a infecção não respondeu aos primeiros antibióticos, houve paralisação na função renal. Isso significa que os órgãos passaram a não filtrar mais as impurezas do sangue. A máquina, então, está fazendo essa função. A sepse, conhecida antigamente como “septicemia” ou “infecção generalizada”, tem vários estágios. Se não controlada rapidamente e de forma adequada, pode levar o paciente à morte. Por isso, a equipe médica de Pelé tomou a decisão de entrar com antibióticos mais pesados, colocá-lo em hemodiálise e mantê-lo na UTI. O fato de ser um paciente idoso (apesar da aparente boa saúde) aumenta o risco de o quadro piorar. Mas, conforme a Folha de S.Paulo apurou, o caso inspira cuidados. Nas sepses mais graves, a pessoa apresenta queda da pressão arterial e pode desenvolver insuficiência respiratória, precisando de ventilação mecânica (respiração artificial). Por ora, Pelé não precisou desse recurso. De acordo com o boletim divulgado pelo hospital às 16h10 de quinta, o ex-jogador passava por instabilidade clínica. O boletim de quarta (26) dizia que Pelé fazia tratamento com antibióticos por via endovenosa e o seu estado de saúde era estável. Na tarde de quinta (27), Claudio Lottemberg, presidente do Hospital Albert Einstein, havia descartado o diagnóstico de sepse, mas disse que não tinha autorização da família de Pelé para dar mais informações. A internação de Pelé ocorreu exatos 11 dias após ele ter recebido alta no mesmo hospital, na zona sul da capital. Na primeira vez que foi internado, ex-jogador sentiu uma indisposição estomacal, causada pela alimentação, durante o último dia 12. Os exames detectaram pedras nos rins, nos ureteres e na bexiga, e Pelé foi submetido a uma cirurgia no último dia 13. Recebeu alta no sábado, no dia 15.