SÃO PAULO, SP – Mais de um milhão de discos de vinil foram vendidos este ano no Reino Unido, marca alcançada pela última vez em 1996. O número representa um ressurgimento da uma indústria considerada dominada pelo mercado digital. “Em uma era na qual falamos de música digital, o fato de que esses artefatos físicos são ainda tão populares quanto eram, é fantástico”, disse à BBC o diretor da Official Charts Company, Martin Talbot. É esperado que o número total de vendas de vinil suba para 1,2 milhões com o Natal. Segundo a rede britânica, o novo disco do Pink Floyd, “The Endless River”, lançado no início do mês, tornou-se o vinil vendido mais rapidamente desde 1997. A diferença para o recordista anterior, porém, é de apenas 6.000 cópias, um número insignificante quando se trata de formatos digitais -a boyband One Direction, por exemplo, acaba de ultrapassar a marca de um bilhão de streams no Spotify. Para os entrevistados pela rede britânica, o mercado foi reaquecido pelos lançamentos de bandas de rock mais atuais, como The Killers e Arctic Monkeys. Além dos amantes mais velhos da música, que continuam comprando os bolachões para alimentar suas antigas coleções, jovens passaram a adquiri-los também. “A diferença entre o vinil e outros formatos, é a de que os discos são vistos como uma forma de arte, na verdade. A qualidade do áudio, o encarte, a arte de capa”, conclui Gennaro Castaldo, representante da indústria fonográfica britânica (BPI, na sigla em inglês). Uma pesquisa da ICM Group, publicada em abril deste ano, indica que 15% das cópias físicas de álbuns (CD, vinil ou até fita cassete), são compradas por pessoas sem intenção de ouvi-las de fato.