RIO DE JANEIRO, RJ – O cabo Michel Augusto Mikami, 21, morreu nesta sexta-feira (28) após troca de tiros com um grupo de traficantes na Vila dos Pinheiros, no Complexo da Maré, conjunto favelas na zona norte do Rio. Ele fazia parte da Força de Pacificação da região.
Mikami é o primeiro militar a morrer durante uma ocupação das Forças Armadas em favelas do Rio. Os militares têm apoiado o projeto das UPPs (Unidade de Polícia Pacificadora) fazendo a primeira incursão e o policiamento ostensivo nos primeiros meses.
O Exército está na Maré desde abril. Mikami começou a trabalhar na favela há pouco mais de um mês.
O cabo foi baleado na cabeça por volta das 13h40, num tiroteio durante uma ação de patrulhamento do Exército.
Ele foi encaminhado a uma UPA (Unidade de Pronto Atendimento) e, em seguida, ao Hospital Central do Exército, mas não resistiu.
Nascido em Vinhedo (SP), Mikami servia no 28º Batalhão de Infantaria Leve, localizado na cidade de Campinas, em São Paulo.
Em outra troca de tiros nesta terça, um blindado da Marinha caiu num canal durante uma troca de tiros com traficantes, no Complexo da Maré, zona norte do Rio.
De acordo com a assessoria da Força de Pacificação, uma equipe de dez militares realizava patrulhamento de rotina na favela Conjunto Esperança quando ocorreu a troca de tiros. Durante uma manobra, o blindado colidiu com o meio-fio em alta velocidade e caiu no canal da avenida Dois. Não houve feridos.
A permanência dos militares na Maré já foi prorrogada por duas vezes. Inicialmente estava previsto a atuação dos militares até julho. O prazo foi estendido para fim de outubro e, depois, para dezembro. O batalhão em que Mikami estava lotado chegou à favela em outubro.
Antes da Maré, o Exército já havia atuado no Complexo do Alemão e na Vila Cruzeiro. Embora tenha ocorrido confrontos com traficantes nestas favelas, não houve morte de militares. As duas favelas contam atualmente com UPPs. O Exército também atuou no morro da Providência em 2007, durante obras na favela.