É no Alentejo a Capital Européia do Vinho 2015, apontada pela Recevin – Rede Europeia das Cidades do Vinho. O Alentejo é a maior região vinícola de Portugal e até o jornal americano USA Today já apontou Alentejo como melhor região vinícola do mundo.

Agora Reguengos de Monsaraz, no distrito de Évora, terá eventos que vão fazer notícia internacional, como a Gala Anual da Cidade Europeia do Vinho, Encontro Europeu de Confrarias Enogastronômicas, Congressos da Vinha e do Vinho e o Mercado Esporão Slow Food. A entrega do título à cidade portuguesa está marcada para fevereiro 2015.

Os vinhos macios do Alentejo sempre estiveram na moda. Mesmo quando o tintos robustos do Douro chegaram arrasando: Dão, Bairrada, Estremadura, Palmela e Ribatejo fizeram boa companhia aos pratos da cozinha generosa portuguesa.

Quem começou tudo foi o tinto Barca Velha, que nasceu no Douro em 1952. Começou como estrela solitária, para se tornar um ícone lusitano. O Barca Velha é elaborado na mesma região do incomparável vinho do Porto.

Fotos: Divulgação

Em meados de 2015 será possível viajar de Veneza até a Escandinávia nos luxuosos e tradicionais trens de luxo Orient Express

O MAIS ANTIGO TINTO
O tinto Periquita é a mais antiga marca de vinho de Portugal, existindo desde 1850, embora a primeira safra documentada tenha sido a de 1870. Continua sendo feito com a uva Periquita – também chamada de Castelão Francês – mas passou a receber também Aragonês e Trincadeira.

O Periquita é produzido na região do Alentejo, próxima à Península de Setúbal, ao sul de Lisboa. O Periquita convencional é um tinto inovador, desde que surgiu, por obra e graça do pioneiro José Maria da Fonseca, que mandou fazer garrafas na Inglaterra e na França, onde também encomendou os rótulos. Na época os produtores portugueses negociavam os vinhos em barris, e não tinham controle sobre a bebida que chegava ao consumidor final. Ao engarrafar o próprio vinho, Fonseca garantiu a procedência e a qualidade.


Lugares históricos, gastronomia de primeira, Portugal ainda tem bons vinhos

VINHO VERDE
Aveleda deve ter derivado de Velledas, as profetisas dos povos germano-celtas que habitaram o Minho. Uma delas teria vivido no local. Situada em Penafiel, 30 quilômetros a nordeste da cidade do Porto, a Quinta da Aveleda faz o mais antigo vinho português, já que era consumido antes de Cristo, pelos soldados romanos. O Minho abrange 7000 quilômetros quadrados de área demarcada.

Situado no extremo noroeste de Portugal, o Minho é berço do Vinho Verde e também do país. Um de suas principais cidades, Guimarães, tornou-se a primeira capital do reino, fundado há mais de mil anos, com a designação de Condado Portucalense, região de clima agradável, e águas que correm por vales e planícies. Não foi à toa que o escrivão da armada de Cabral, Pero Vaz de Caminha, na célebre carta ao rei dom Manuel, comparou o Brasil ao Minho.

Os 150 hectares da Quinta da Aveleda foi propriedade de 32 sócios, todos primos. A diversidade regional é fator importante para o Vinho Verde. São seis sub-regiões demarcadas, com solos e climas especiais: Penafiel/Amarante, ao sul e a leste da cidade do Porto, onde fica a Quinta da Aveleda; Monção/Melgaço, no extremo norte, fronteira com a Galícia, berço da Alvarinho, rainha das castas do Minho; um pouco ao sul, a sub-região do Lima (Viana do Castelo); mais abaixo, a sub-região de Braga e terra adentro, a leste, Basto.

O exclusivo vinho verde tem na Quinta da Aveleda, na região do Minho, o seu emblema. A propriedade com mais de 150 hectares de terras férteis, sendo mais de 120 com vinhas, existe desde o século XVII e passou ao controle dos Guedes, há três séculos.

Os jardins da propriedade reúnem diversidade botânica, flores, arbustos e árvores muito antigas, lagos com aves, em ambiente de charme e caráter regional. Os Guedes guardam tesouros de arte e da história portuguesa, reunidos durante gerações. Como a pequena lápide de estanho, proveniente da primeira sepultura de São Francisco Xavier, trazida da Índia há mais de um século e meio, como relíquia votiva, por dona Leonor da Câmara, condessa de Pangim, casada com Manuel Guedes da Silva da Fonseca, então titular da propriedade.


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CASAL GARCIA
Elaborando todos os vinhos em adega própria, a Quinta lançou diversas marcas. A mais conhecida é Casal Garcia, branco ou tinto, que responde por metade da produção da vinícola. Poucas empresas portuguesas são tão conhecidas internacionalmente. Seus rótulos são famosos em cerca de 90 países.

ESTREMOZ
Na região do Alentejo, a cidade de Estremoz é conhecida como a terra do mármore. Mas também como a terra das vinhas e dos vinhos. A tradicional Quinta do Carmo tem história que começa no século XVII e uma das particularidades do produtores e engarrafadores era a de utilizar lagares de mármore para pisar as uvas, combinando as duas riquezas regionais.


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PORTO
D.João VI vivia calmamente no Brasil, enquanto Portugal era devastado pela guerra entre os invasores franceses e a resistência nacional, apoiada pelos soldados britânicos. O Porto teve que se defender, ocupada duas vezes a partir de 1807. Só com a derrota no Buçaco, em 1811, região das Beiras (centro do país), os franceses deixaram definitivamente Portugal.

O Porto suportou tanta adversidade no início do século XIX por causa do apoio do Marquês de Pombal (1699-1872), primeiro ministro de dom José I, pai de dona Maria I, avô de dom João VI. Ele também fora vinhateiro, produtor de Carcavelos, na quinta de Oeiras (perto de Lisboa). Sabia da riqueza que o Porto representava. E para defender as terras, editou a demarcação geral da região do Douro, em 1756. A primeira verdadeira demarcação vinícola, pioneira em fitogeografia e intervenção de organismos públicos para controle.

A corte de D. Maria I e de seu marido ( e tio) dom Pedro III, odiava Pombal. Que foi destituído, julgado e condenado ao desterro depois da morte de dom José I. Mas sua influência já havia mudado o reino: expulsou jesuítas, organizou a economia, fechou a bolsa para os gastos exagerados da corte, disciplinou as finanças públicas e reconstruiu Lisboa depois do terremoto de 1755.

Medidas hercúleas também foram tomadas em relação ao vinho, sentenciando a morte dos vinhedos concorrentes do Douro. E fez o Porto cresceu, estruturado para sempre.


DESTAQUES

VENEZA SEM RODINHAS
Pode até nem dar certo, mas a verdade é que a grita dos moradores de Veneza contra os turistas que arrastam malas de rodinhas ganha até lei e, se pegar, quem infringir os novos preceitos deverá pagar multa de 500 euros. Os moradores estão fora da lei, o que não é muito incomum na região, mas parece que tudo se resume em excesso de barulho. Bom, é preciso lembrar que Veneza, sozinha, recebe mais de 20 milhões de turistas ao ano ( você leu certo: é 20 milhões mesmo. Coisa assim como cinco vezes – ou cinco anos – de turismo no Brasil). 20 milhões arrastando pelas ruas e escadarias de Veneza suas malas, muitas vezes verdadeiros containers, é de ensurdecer.

Outra proibição é contra aqueles horrendos cadeados do amor, que surgem em grades e pontes, já mais do que fragilizadas na cidade romântica. Também parece que vai dando resultado a preocupação de tirar os mastodontes marinhos, os mega navios transatlânticos, que deverão alterar rota e sair dos milenares canais da cidade. Os cinco mil passageiros cruzeiristas vão ter que tirar suas fotos e selfies de outra maneira e não apenas bebericando o drinque de boas vindas (que é pago, sempre) enquanto a Sereníssima afunda um pouquinho mais, a cada entrada e saída dos navios de cruzeiros.

NORDIC ADVENTURES
Venice Simplon Oriente Express – da Belmond – está promovendo a Nordic Adventuresvisitando 3 cidades europeias muito especiais: Veneza, Copenhagen e Estocolmo. Em comum todas têm o fato de estarem à beira d’água, cortadas por rios e canais. E agora interligadas pelo trem de luxo, tradicional. São 4 ou 5 dias, começando em Veneza no dia 1º de junho de 2015. No sentido inverso, de Estocolmo para Veneza, a viagem inicia no dia 6 de junho. Ambas com tarifa idêntica: 4.500 libras esterlinas.

Depois do embarque em Veneza, o trem passa pela Áustria e Alemanha, até alcançar a Escandinávia. A viagem é para 2 dias e 1 noites a bordo Venice Simplon-Oriente Express, usufruindo da gastronomia 5 estrelas e do animado piano-bar a bordo. Também estão incluídas 2 noites no Marriott Hotel em Copenhague, passeios turísticos e um jantar de gala em local especial, antes da viagem noturna até Estocolmo.

As tarifas são por pessoa, em cabine dupla, com todas as refeições a bordo, visita guiada em Copenhague, as 2 noites de hotel e o jantar de gala. A Belmond Ltd., engloba hotéis e viagens de aventura de luxo para lugares especiais no mundo. São 40 anos de serviços, desde a aquisição do Belmond Hotel Cipriani em Veneza. Hoje opera 45 hotéis únicos pela tradição e serviços, como o Belmond Grand Hotel Europa (St. Petersburgo), Copacabana Palace (Rio de Janeiro), Marona Resort and Spa (Riviera Maya).

Safáris, 6 trens de luxo, 3 cruzeiros fluviais e o restaurante 21, um dos mais famosos de Nova York, são as opções, além dos 45 hotéis. Veja no www.belmond.com