O verão está prestes a começar e com ele temos mais atividades ao ar livre e exposição solar. Durante todo o ano a proteção solar é importante, mas nesta época não podemos deixá-la de lado. O uso de filtro solar diariamente deve ser incluído na rotina, produtos com Fator de Proteção Solar (FPS) acima de 15 devem ser escolhidos preferencialmente. O produto deve proteger contra os raios UVA (indicado pelo PPD) e contra os raios UVB (indicado pelo FPS). A forma mais adequada de usar o filtro inclui a aplicação do produto 30 minutos antes da exposição solar, para que a pele o absorva e a reaplicação a cada duas horas. Esse tempo diminui se houver transpiração excessiva ou entrada na água. Aplique o protetor uniformemente em todas as partes de corpo, isso inclui mãos, orelhas, nuca, pés.

Além do filtro solar, no verão é importante usar chapéu e roupas de algodão nas atividades ao ar livre, pois retêm cerca de 90% das radiação UV. Tecidos sintéticos, como o nylon, retêm apenas 30%. Evite a exposição solar entre 10h e 16h (horário de verão). As barracas usadas na praia devem ser feitas de algodão ou lona, materiais que absorvem 50% da radiação UV. Outro objeto que tem extrema importância são os óculos de sol, que previnem cataratas e lesões á córnea.

As pessoas de pele negra têm uma proteção natural da pele, pela maior quantidade de melanina produzida, mas não podem esquecer da fotoproteção, pois também estão sujeitas a queimaduras, câncer da pele e outros problemas.

As temperaturas mais quentes exigem hidratação redobrada, por dentro e por fora. Aumente a ingestão de líquidos, água, sucos e água de coco são ideias para este fim. Cuidado com a temperatura da água do banho, banhos frios ou mornos reduzem o ressecamento da pele.  Todos os dias, aplique um bom hidratante após o banho, que ajuda a manter a quantidade de água na pele entre 10% a 30%.

Além disso, use sabonetes pouco abrasivos no banho, evite buchas e esponjas além de preferir água morna  para evitar o ressecamento.

A combinação sol, praia, areia ou piscina mais o excesso de suor elevam o risco de algumas doenças da pele, especialmente as infecções por fungos, bactérias e vírus.

As infecções por fungos ou micoses podem se manifestar na pele, no couro cabeludo e nas unhas. Vale lembrar que ninguém está livre delas, crianças, jovens, adultos e idosos. Os pés, a virilha e as unhas são os lugares mais comuns em que elas aparecem, mas isso não significa que outras partes do corpo estejam livres das terríveis micoses. Estes fungos se alimentam da queratina presente nesses locais. Quando encontram condições favoráveis ao seu crescimento, como: calor, umidade, baixa de imunidade ou uso de antibióticos sistêmicos em longo prazo, estes fungos se reproduzem e passam então a causar a doença.

A melhor forma de evitar as micoses é evitar umidade prolongada da pele: secar-se após o banho, principalmente áreas de dobras da pele, como virilha, entre os dedos dos pés, axilas. Não andar descalço em pisos constantemente úmidos (lava-pés, vestiários, saunas). Evite usar calçados fechados o máximo possível. Opte pelos mais largos e ventilados.

Outra forma de infeção frequente no verão é o bicho geográfico. Ele é transmitido através do contato com areia ou terra contaminada pelo parasita, que vive no intestino de animais como cães e gatos. Por isso, é importante evitar a presença destes animais em praias e parques onde crianças brincam. O parasita fica no terreno úmido e quente do verão.

Em crianças  as brotoejas também aparecem com mais frequência no verão. Pequenas bolinhas na pele também costumam dar o ar da graça nos dias de calor. Elas surgem principalmente em bebês por conta do contato da pele com o suor nas dobrinhas da pele ou das roupas. Elas aparecem quando há entupimento das glândulas sudoríparas. Podem ser bolhas transparentes e podem não coçar quando a obstrução for superficial; ou avermelhadas e coçarem muito quando a obstrução dos canais das glândulas por mais profundo. Usar roupas frescas no calor, evitar locais muito abafados que propiciam a sudorese excessiva, são algumas dicas para evitar brotoejas, principalmente em pessoas predispostas.

A exposição solar pode provocar queimaduras com dor, vermelhidão e até bolhas. Após uma queimadura compressas frias e hidratação da pele melhoram os sintomas. Ao longo dos anos, a exposição solar se soma e  pode trazer alterações da textura e cor da pele. As manchas e as sardas brancas surgem devagar e quando menos se espera, elas estão lá fixadas na pele como minipontinhos. Elas são danos que os raios solares causaram na pele e aparecem como tempo.

As manchas são conhecidas como manchas senis, ou melanoses solares. Em geral, são manchas escuras, de coloração entre castanho e marrom, geralmente pequenas. Surgem em áreas que ficam muito expostas ao sol, como a face, o dorso das mãos e dos braços, o colo e os ombros.

As sardas brancas aparecem quando há ação acumulativa da radiação solar sobre áreas de pele expostas ao sol de forma prolongada e repetida ao longo da vida, provocando alterações nos melanócitos.

A melhor forma de evitá-las é não se esquecendo do protetor solar para que não apareçam novas lesões. As manchas e sardas têm tratamento, feito por um dermatologista especializado. Ele irá avaliar sua pele e as lesões e indicar o melhor tratamento.

Essas lesões são benignas, não evoluem para o câncer da pele; entretanto, são marcadores de exposição excessiva, dano solar e aumento de risco de desenvolver um câncer de pele. Por esse motivo, o acompanhamento regular desses pacientes com dermatologista, é fundamental para uma perfeita avaliação e acompanhamento.

O sol também pode provocar espinhas. A acne solar é provocada pela mistura da oleosidade da pele com o uso do filtro solar. Lave o rosto com sabonete ideal para o tipo de pele, use tônicos mais adstringentes e procure usar filtros solares com base aquosa ou em gel, esses produtos deixam a pele mais seca, o que pode diminuir a oleosidade da pele.

Dra. Fabiane Mulinari Brenner, dermatologista do Hospital VITA