RIO DE JANEIRO, RJ – O Clube Militar pediu medidas judiciais contra integrantes da Comissão Nacional da Verdade, que produziu um relatório sobre os crimes cometidos durante a ditadura, listando 377 responsáveis pelas violações aos direitos humanos cometidas no período.
De acordo com um texto divulgado pelo clube na sexta-feira (12), o relatório da comissão pratica “injúria” e “difamação” contra os militares.
“Ao analisarmos, cautelosamente, a lista dos nomes dos agentes do estado citados como possíveis executores de crimes na opinião dessa comissão desacreditada, notamos que é muito mais grave a injustiça cometida, enveredando pela senda dos crimes de injúria e difamação”, diz o texto. “Há no seu conteúdo muitas pessoas, mortas e vivas, que em momento algum tiveram seus nomes vinculados a qualquer evento que pudesse levá-los a estar nesse relatório leviano”, continua.
O documento foi assinado pelo presidente do grupo, o general Gilberto Pimentel, que pede medidas judiciais dos militares e que as Forças Armadas se pronunciem.
O Exército e a Aeronáutica informaram que não se pronunciam sobre a Comissão da Verdade. A Marinha informou que qualquer manifestação, se houver, será do Ministério da Defesa.
De acordo com o general, não há uma crise militar com a divulgação da lista mas era preciso, segundo ele, haver um respeito maior a alguns integrantes das Forças.
“Há nomes ali que não tem sentido. É um absurdo citar, por exemplo, o Eduardo Gomes, patrono da Força Aérea. A relação possui exageros. Não podem sair citando. Era preciso ouvir as pessoas”, diz o general.
Gilberto Pimentel destaca ainda que o general Castelo Branco, presidente da República entre 1964-1967, não deveria constar da lista.
“A história ficou só de um lado. Só por um lado fica difícil. A lista da Comissão Nacional da Verdade ainda peca pela falta de coerência. Os excessos foram praticados pelos dois lados”, afirmou Pimentel.
Na quarta (10), quando o relatório da Comissão Nacional da Verdade foi divulgado, o general Gilberto Pimentel considerou o documento um “equívoco muito grande”.
“Na nossa lista há donas de casa, comerciantes, pessoas humildes. Será que essas pessoas não mereciam ser citadas?”, questiona o general.