FELIPE BÄCHTOLD
PORTO ALEGRE, RS – Quatro servidores do Ministério da Agricultura foram afastados e outro foi preso em uma operação da PF (Polícia Federal) contra a adulteração de leite no Rio Grande do Sul nesta quarta-feira (17).
A PF apura a existência de um esquema de corrupção na fiscalização da indústria do leite na região do vale do Taquari. Na operação, batizada de Pasteur, também foram cumpridos 11 mandados de busca e apreensão.
A ordem de afastamento provisório foi expedida pela Justiça Federal no município de Lajeado (a 112 km de Porto Alegre), a pedido da polícia.
Segundo a PF, os servidores faziam “vista grossa” para irregularidades dos produtores porque recebiam propinas. “Eles permitiam que as pessoas em algumas situações consumissem os alimentos sem as devidas condições sanitárias”, disse o superintendente da PF no Estado, Sandro Caron.
Procurado, o Ministério da Agricultura afirmou que vai abrir um procedimento disciplinar sobre os suspeitos assim que houver uma notificação formal da Polícia Federal a respeito do assunto. A punição prevista é a exoneração.
Eles também deverão responder na Justiça.
Os nomes dos suspeitos e dos produtores envolvidos não foram divulgados. A investigação começou quatro meses atrás, após relato do Ministério Público do Estado de indícios de envolvimento dos servidores no caso.
Desde 2013, o Ministério Público do Rio Grande do Sul vem promovendo uma série de ações contra fraudes na indústria do leite no interior do Estado. Segundo os promotores, foram detectadas adulterações com substâncias como formol, soda cáustica e sal. Na Justiça, pelo menos seis pessoas já foram condenadas em primeira instância.