MONIQUE OLIVEIRA
SÃO PAULO, SP – A Santa Casa não deve pagar os salários de 669 funcionários que estão atrasados desde o dia 5 nesta quarta-feira (17). Esse foi o prazo dado pela instituição na semana passada para o pagamento.
Na ocasião, a promessa da entidade impediu a greve tanto de médicos quanto de enfermeiros, que decidiram em assembleia esperar o prazo pedido pela instituição.
No entanto, em reunião nesta quarta com médicos da casa, a Santa Casa pediu um novo prazo. A entidade diz que na sexta-feira (19) deve ter a resposta de outros empréstimos bancários pedidos.
Com uma dívida de mais de R$ 700 milhões, a Santa Casa busca uma fonte de crédito para honrar o pagamento dos salários. Em troca, oferece imóveis como garantia.
Caso a Santa Casa consiga o empréstimo, contudo, só serão feitos os pagamentos dos salários atrasados – e não da primeira parcela do 13º, atrasada desde novembro.
Também as multas por atraso, correspondente ao acréscimo de um dia trabalhado por cada dia de atraso, deverão ser pagas depois.
O Simesp (sindicato dos médicos), entretanto, diz que os profissionais devem garantir o atendimento enquanto houver diálogo com a Santa Casa.
Na reunião desta quarta, foi a primeira vez que o superintendente da entidade se dirigiu aos médicos da instituição e prometeu abrir a caixa preta dos problemas enfrentados.
“Os médicos entendem que uma greve seria um abalo tão grande na credibilidade da instituição que eles preferem garantir o atendimento para que a entidade tenha condições de retomar a saúde financeira”, diz Gatti.
Os médicos criticam, no entanto, o fato da Santa Casa ter pago salários menores que R$ 6.500 no dia 5 e deixar o restante dos funcionários que ganham acima desse valor sem pagamento.
“São funcionários com dedicação integral na casa que tem esse salário como principal fonte de renda. Eles ficaram sem nada. A distribuição deveria ter sido feita proporcionalmente”, diz Eder Gatti, presidente do Simesp.
Já o Seesp (Sindicato dos Enfermeiros do Estado de São Paulo) diz que os enfermeiros devem esperar a reunião oficial no Ministério do Trabalho, na quinta (18). Os enfermeiros não participaram da reunião com a superintendência.
“A reunião com o ministério deve ir no sentido que não há dinheiro mesmo”, diz Gatti.
Ambos os sindicatos planejam assembleias e novas reuniões na semana que vem.
Procurada, a Santa Casa deve dar uma resposta oficial até o final do dia.