SÃO PAULO, SP – O ditador de Cuba, Raúl Castro, recebeu nesta quarta-feira (17), em Havana, os três espiões cubanos que estavam presos nos Estados Unidos desde 1998. O encontro foi transmitido pela televisão estatal.
Horas depois o próprio Castro confirmou a chegada dos agentes ao país em um pronunciamento exibido na televisão por volta do meio-dia, um telejornal nacional divulgou as primeiras imagens dos “heróis”, como são conhecidos em Cuba.
“Estou orgulhoso de vocês pela resistência que mostraram, pelo valor e pelo exemplo que isso representa para todo nosso povo”, disse Castro aos agentes, segundo o noticiário televisivo.
Também foram exibidas imagens do reencontro de Gerardo Hernández, Ramón Labañino e Antonio Guerrero com seus familiares.
O de Hernández com sua esposa, Adriana Pérez, foi especialmente emocionante, já que ela não o via há 16 anos, pois nunca obteve permissão dos Estados Unidos para visitá-lo na prisão.
Após sua chegada em Havana, Hernández, Labañino e Guerrero foram recebidos nas ruas pelos moradores e visitaram o cemitério para homenagear seus familiares mortos no período em que permaneceram detidos.
Hernández, Labañino e Guerrero fazem parte do grupo conhecido como Cinco Cubanos, detidos em 1998 nos Estados Unidos quando o FBI desmantelou a rede de espionagem cubana que operava no sul da Flórida.
Todos admitiram que eram agentes do governo cubano não declarados nos EUA, mas que seus alvos eram “grupos terroristas de exilados” que conspiravam contra o então presidente Fidel Castro, e não contra o governo americano.
O grupo foi julgado e condenado a longas penas de prisão em 2001 e seu caso se transformou em mais um ponto de controvérsia no longo e tenso contencioso entre Havana e Washington.
Considerados “heróis” e “lutadores antiterroristas” em Cuba, o grupo também era formado por René González e Fernando González, que retornaram a Havana em 2013 e em fevereiro deste ano, respectivamente, depois que cumpriram suas penas.
Outro entrave entre Cuba e os Estados Unidos era a prisão, desde 2009, de Alan Gross, funcionário terceirizado de uma agência americana que levava equipamentos de telecomunicação à oposição cubana.
O governo cubano aceitou liberar Gross e ainda soltou um outro espião americano, preso há 20 anos na ilha, cuja identidade não foi revelada. Além disso, 53 presos políticos também foram libertados em Havana.