ESTELITA HASS CARAZZAI
CURITIBA, PR – Delator da Operação Lava Jato, o doleiro Alberto Youssef voltou à carceragem da Polícia Federal em Curitiba nesta quinta (18), depois de nove dias internado.
Ele chegou à PF por volta das 14h30, escoltado.
Youssef estava no Hospital Santa Cruz, na capital paranaense, a pedido da defesa, que conseguiu uma ordem judicial para a internação.
O doleiro é cardiopata, está desnutrido e, mais recentemente, teve um cálculo renal. Seus advogados argumentaram que ele precisava se reabilitar e passar por exames médicos para um diagnóstico completo de seu estado de saúde.
Na manhã desta quinta-feira (18), porém, o juiz Sérgio Moro, da Justiça Federal do Paraná, entendeu que o réu deveria voltar à carceragem da PF.
“Ele justificou que a PF não tem mais como fazer escolta [no hospital], e se baseou em informações oficiosas sobre o estado de saúde do Alberto”, diz o advogado de Youssef, Antônio Figueiredo Basto.
Basto disse “lamentar profundamente” a decisão.
“Ainda que o Moro tenha dons quase que sobrenaturais, como dizem por aí, médico ele não é”, comentou. “Infelizmente, os advogados têm muito pouco a fazer nesse processo. O direito não é mais a ferramenta de trabalho. É o achismo.”
A decisão está sob segredo de Justiça.
Youssef é acusado de ser o principal operador financeiro de um esquema que teria desviado milhões de reais da Petrobras. Ele fez um acordo de delação premiada com a polícia e o Ministério Público, e confessou o que sabe em troca de benefícios.
A delação do doleiro deve ser homologada pelo STF (Supremo Tribunal Federal) nesta sexta (19). A partir daí, Youssef pode ser beneficiado com prisão domiciliar ou outras medidas. Os termos do acordo não foram divulgados até agora.