SÃO PAULO, SP – A agência de classificação de risco Standard & Poor’s (S&P) rebaixou a nota de crédito da Odebrecht Offshore Drilling Finance, braço de captação financeira da empreiteira, de BB para BBB-.
Com isso, a subsidiária, responsável por levantar recursos para financiar a operação de navios perfuradores de campos de petróleo, perde o grau de investimento, que fornece acesso a investidores institucionais, como fundos de pensão.
A redução da nota de crédito afeta a emissão de duas séries de debêntures [títulos de dívida]. A primeira, com prazo de 10 anos, usada para captar US$ 1,69 bilhão e financiar os navios ODN I e II, e a segunda, com prazo de sete anos, usada captar US$ 580 milhões e financiar os navios Norbe VI e ODN Tay IV.
Segundo o comunicado emitido na quarta-feira (17), o rebaixamento está ligado ao corte feito pela S&P da nota de crédito individual da Petrobras, anunciado na terça (16), que passou de BBB- para BB.
A agência afirma que a saúde financeira da Odebrecht depende da situação econômica da Petrobras e que a empreiteira pode enfrentar atrasos nos pagamentos da petroleira.
A S&P pode voltar a reduzir a nota de crédito do braço financeiro da Odebrecht caso os contratos de operação dos navios com a Petrobras não sejam renovados, o que impactaria no fluxo de caixa da empresa.
Por outro lado, caso a petroleira apresente uma melhora da saúde financeira, a subsidiária da Odebrecht teria suas notas elevadas.
A Standard & Poor’s faz uma separação entre a dívida emitida ao mercado financeiro pela Petrobras e o valor devido a seus fornecedores por meio de contratos.
Enquanto a nota individual -a que reflete o compromisso com os fornecedores- foi reduzida, a agência manteve estável em BBB- a nota corporativa da petroleira, pois acredita que em uma situação extrema, o governo federal garantiria os financiamentos da estatal com recursos próprios.
Ação semelhante, no entanto, não aconteceria com relação aos fornecedores.