No primeiro quadro, o balanço voa e a menininha está radiante. No segundo e no terceiro, também. No penúltimo, ele vai parando para então ela dizer: “Como sempre, é só pôr os pés na Terra que acaba a diversão”. A sonhadora desiludida é Mafalda. Aos 6 anos e filha de uma família de classe média argentina, ela tem um olhar inteligente e curioso sobre o mundo e o ser humano, ideias para melhorar a vida na Terra e, claro, perguntas e comentários sobre tudo o que pudermos imaginar. Há 40 anos, não é escrita uma nova história para ela, e isso não parece importar. O que ela disse entre 1964 e 1973 continua atual – e isso a faz ser descoberta a cada dia por novas gerações e redescoberta por fãs antigos. Essa atualidade e o carisma da personagem são as apostas dos organizadores da exposição O Mundo Segundo Mafalda, em cartaz, na Praça das Artes, nesta quarta, 17, e vai até 28 de fevereiro, em São Paulo. Com curadoria de Sabina Villagra, a mostra em homenagem aos 50 anos da personagem de Quino passou por diversas cidades argentinas e por países como Chile e México ao longo de 2014 – e veio ao Brasil após negociações iniciadas na Feira do Livro de Buenos Aires.