GABRIELA YAMADA
RIBEIRÃO PRETO, SP – A Câmara de Ribeirão Preto (a 313 km de São Paulo) vota na manhã deste sábado (20) a redução no preço para venda de seis áreas públicas na zona sul da cidade, considerada região nobre.
A queda nos preços dados pela prefeitura será de 21,7%.
O valor total dos seis terrenos passará de R$ 23 milhões para R$ 18 milhões. A decisão é considerada inapropriada por profissionais que atuam no setor imobiliário e urbano da cidade.
O momento é de cautela, principalmente, para as vendas de terrenos na zona sul, cujo metro quadrado é o mais caro do município.
A retração da economia durante o ano e a expectativa de uma nova realidade fiscal para o ano que vem com o novo ministro da Fazenda, Joaquim Levy, são os principais fatores da precaução.
Cinco áreas ficam no distrito de Bonfim Paulista. A outra fica no Jardim Cybelli.
O governo justificou a diminuição dos valores com um laudo da Fundace (Fundação para Pesquisa e Desenvolvimento da Administração, Contabilidade e Economia), da USP, que apontou queda no preço do metro quadrado durante o ano em 13%.
Para o Comur (Conselho Municipal de Urbanismo), a administração teve “um ato de desespero”.
“Se não é um bom momento, como a Fundace mesmo apontou, então por que vender estes terrenos agora?”, questionou o advogado Luiz Eugênio Scarpino Júnior, primeiro secretário do conselho.
Em setembro, a prefeitura fracassou em três concorrências pela falta de interessados em comprar as áreas.
Para Aguinaldo Rodrigues da Silva, presidente do Sindtur (Sindicato de Turismo, Hospitalidade, Serviços, Mercado Imobiliário e Condomínios de Ribeirão), a prefeita Dárcy Vera (PSD) deveria esperar antes de nova venda.
Segundo Silva, o prudencial seria aguardar sinais de recuperação da economia para decidir os preços e vendas.
“Hoje, ninguém está pensando em comprar. Quem tem terreno na zona sul também prefere esperar”, disse.
A oposição à prefeita na Câmara é contra a venda dessas áreas a um preço baixo e deve tentar barrar a aprovação do projeto de lei.
Na noite de quinta-feira (18), a Câmara aprovou a venda dos antigos galpões da Ceagesp (Companhia de Entrepostos e Armazéns Gerais de São Paulo), na Vila Virgínia, por R$ 6,8 milhões.
Em 2009, havia a promessa de que o local fosse transformado em um centro cultural, o que não aconteceu.
Em nota, a prefeitura informou que os valores anteriores dos terrenos da zona sul não estavam condizentes com a realidade atual.
Os valores podem ser utilizados para investimentos em obras e pagamentos de dívida fundada, segundo a nota. A prefeitura informou que o montante não poderá ser usado para pagar servidores.