SÃO PAULO, SP – Um dia após o presidente americano Barack Obama prometer uma resposta “proporcional” à Coreia do Norte por sua possível participação no ataque de hackers ao estúdio de cinema Sony, o regime de Pyongyang propôs ajudar Washington numa investigação conjunta sobre o caso.
Um porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da Coreia do Norte disse, contudo, que os Estados Unidos enfrentarão “graves consequências” caso rejeitem a oferta de ajuda.
“Temos maneiras de provar que não temos nada a ver com o caso sem recorrer à tortura, como a CIA faz”, disse, neste sábado (20), o porta-voz, afirmando que os EUA não têm evidências específicas que liguem o regime ao ataque.
O FBI (polícia federal dos EUA) responsabilizar a ditadura asiática pela série de ataques cibernéticos, alegando que as ferramentas usadas contra a Sony e em ataques anteriores estão ligadas ao país.
A invasão resultou na revelação de dezenas de milhares de e-mails e documentos confidenciais da empresa, com ameaças terroristas que levaram a Sony a cancelar a estreia da comédia escrachada “A Entrevista”.
O filme, que conta a história de uma conspiração fictícia para matar o ditador norte-coreano, Kim Jong-un, teria despertado a fúria de Pyongyang, que criticou o filme duramente por meses.
Após se dizer solidário à empresa pelo roubo de dados e pela chantagem sofrida, Obama afirmou ter sido um “erro” a Sony cancelar o lançamento do filme depois de ameaças de atentados “como no 11 de Setembro”, feita pelos hackers que atacaram o estúdio.
A proposta de investigação conjunta é uma tática já usada pelo regime norte-coreano com outros países rivais.
Em 2010, Pyongyang propôs investigar com a Coreia do Sul um ataque com torpedos que matou 46 marinheiros do país do sul.
Na época, uma investigação internacional já havia apontado a responsabilidade da Coreia do Norte no episódio.