Depois de dois anos no comando da Câmara Municipal de Curitiba, o vereador Paulo Salamuni (PV) conseguiu fazer o seu sucessor, em uma disputa que teve lances insólitos – incluindo acusações de documentos destruídos, cárcere privado de uma vereadora e até confronto físico com o líder do bloco adversário, vereador Valdemir Soares (PRB). No final, o atual primeiro-secretário, vereador Aílton Araújo (PSC), acabou sendo eleito para presidir a Casa nos próximos dois anos, com o apoio de Salamuni e do prefeito Gustavo Fruet (PDT).

Soares levou à questão à Justiça, mas segundo o atual presidente, essa discussão não o preocupa, já que ele está convicto de que o processo eleitoral foi legítimo. E mais. Para Salamuni, a vitória da chapa liderada por Araújo evitou um retrocesso nas práticas internas do Legislativo da Capital, que ficou marcado pela crise que resultou, em março de 2012, no afastamento do vereador João Cláudio Derosso (sem partido), que renunciou depois de quinze anos na presidência da Câmara, para escapar de um processo de cassação acusado de gastos irregulares com publicidade.

Apesar de dizer que alguns parlamentares ainda não entenderam que os tempos são outros, Salamuni garante que a Câmara hoje é outra. As verbas de publicidade foram extinguidas, e as discussões, antes limitadas pelo “rolo compressor” de uma maioria refratária a qualquer debate, atualmente são abertas. A prova disso, aponta o vereador, é a própria eleição da nova Mesa Executiva, onde ao invés de um consenso artificial construído através da troca de favores, foi marcada por uma inédita disputa real e acirrada. Encerrando seu mandato, o presidente da Câmara diz que agora pretende voltar ao seu mandato, apesar de ser cotado para assumir a liderança do prefeito. E em entrevista ao Bem Paraná, avalia que mesmo com as dificuldades resultantes das limitações financeiras e das demandas crescentes, Fruet não só é candidato natural à reeleição, como tem grandes chances de conquistar mais um mandato.

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