SÃO PAULO, SP – A Santa Casa de São Paulo informou neste domingo (21) que o provedor Kalil Rocha Abdalla decidiu se licenciar do cargo por 90 dias.
O comunicado diz que a decisão visa a “garantir ainda mais transparência e lisura de sindicância instaurada a seu pedido”.
A sindicância tem o objetivo de averiguar eventuais responsabilidades dos temas apontados na auditoria realizada pela secretaria do Estado.
No sábado (20), a Folha de S.Paulo já havia informado que a licença era iminente.
Em reunião, Abdalla disse à cúpula da instituição, que concordava com o afastamento solicitado por funcionários.
Na sexta (19), em assembleia de 120 pessoas, profissionais redigiram documento que pediam sua renúncia para que houvesse transparência nas investigações.
O documento foi entregue no gabinete de Abdalla, com 1.300 assinaturas em mobilização de uma hora.
O pedido foi motivado por suspeita de irregularidades na gestão da entidade.
Auditoria feita na instituição mostrou que a dívida da Santa Casa é avaliada em R$ 773 milhões -e não os pouco mais de R$ 400 milhões informados inicialmente.
Os dados mostram ainda que imóveis da instituição estão sendo alugados com valores 81% a menos dos praticados no mercado.
RENÚNCIA
O movimento de funcionários, que é liderado por médicos, entretanto, não aceita a licença. Eles querem a renúncia imediata do provedor.
Segundo o grupo, a licença é apenas uma manobra para que Abdalla continue no cargo.
“Queremos que toda a administração antiga saia para que se forme uma nova mesa e um novo provedor seja eleito”, disseram.
Neste domingo (21), uma petição online pede ajuda da sociedade para a renúncia. Às 21h, o documento contava com 1594 assinaturas.
O grupo também fará um ato nesta segunda, às 8h, na Santa Casa para que Abdalla renuncie.