SÃO PAULO, SP – Nas ruas apertadas da Saara, área de comércio popular a céu aberto no centro do Rio, milhares de pessoas ainda procuram nesta segunda-feira (22) uma lembrança para dar de presente no Natal.
A expectativa dos comerciantes é que nem o calor forte que faz na cidade vai afastar os consumidores.
Na região, que conta com mais de 600 lojas, é possível encontrar uma grande variedade de produtos, como artigos esportivos, de festa, brinquedos, calçados, entre outros.
O comerciante e locutor de uma loja de calçados da região, Sérgio Moraes, 43, espera aumento nas vendas em relação ao mesmo período do ano passado.
“O movimento aqui é grande e esperamos um resultado que vai superar as vendas de 2013. Estamos com nossos estoques cheios e nos motiva quando os clientes saem daqui felizes, sendo sempre bem atendidos por todos os vendedores. Os consumidores compram presentes para toda a família e também para o amigo oculto”, disse.
Em uma cidade conhecida por suas belezas naturais, o comércio do Rio também lucra com o movimento dos turistas nesta época do ano. Segundo a vendedora de uma loja de souvenires da Saara, Joseane Nogueira, 27, não houve uma queda brusca da clientela.
“Esse ano o movimento está bom, até ficamos surpresos. A loja vende além de produtos chineses, muitos souvenires e lembranças do Rio para aqueles que visitam a cidade. A procura é bastante grande e estamos contentes”, disse.
Dois dos setores que também apresentam boas vendas são brinquedos e enfeites de Natal. De acordo com a comerciante Aline Campos, 32, as crianças continuam sendo consumidores importantes.
“Hoje os meninos e meninas pedem muito por aparelhos de tecnologia como celulares, tablets e videogame, mas os brinquedos continuam em alta. Aqui vendemos muito aqueles que são baseados em filmes e desenhos”, afirmou.
Já o vendedor Francisco José Abreu, 40, comemora as vendas da loja de artigos variados. “Nesta época do ano, as vendas sobem 20%, 30% e ficamos muito felizes. A verdade é que praticamente em cada lar temos a tradição de montar nossas árvores e enfeitá-las com nossa família. Isso faz parte do espírito natalino, e nós comerciantes comemoramos também”, concluiu.
Entretanto, também houve queda de vendas para algumas lojas da Saara. Segundo o gerente de uma loja de material para fabricação de bijuterias, Marcilio Contantinho, 48, o movimento tem caído bastante.
“Temos notado a queda nas vendas dos últimos natais. Não se sabe se é por causa da crise no Brasil ou no mundo, mas a cada ano desde 2010 o movimento diminui, em torno de 10%, às vezes, até um pouco mais”, declarou.
Os valores dos presentes variam conforme a situação financeira de cada consumidor, que muitas vezes é impulsionado às compras pela segunda parcela do décimo terceiro salário. O auxiliar de serviços gerais, Estevão dos Santos Souza, 35, tem o hábito de fazer suas compras na Saara todo o ano.
“Em meio a situação atual do nosso país, não tenho como comprar presentes caros para meus pais, esposa e filho. Então, é preciso pechinchar, mas para mim é importante pelo menos dar a eles uma lembrancinha”, brincou.
A dona de casa Margarida Araújo, 50, prefere faz suas compras no Saara, pela manhã. “Prefiro chegar cedo, quando as lojas estão abrindo. As vezes venho com minhas amigas e compro bastante. Para toda a família –meu marido, meus filhos e netos. Aqui consigo comprar um presentinho para todos, além dos artigos de decoração para as árvores de natal. Minha neta sempre pede para eu comprar algo diferente, novo, e encontro tudo aqui”, afirmou.