DIMMI AMORA E RENATA AGOSTINI
BRASÍLIA, DF – A Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações) deu autorização para a fusão da Vivo com a GVT, mas determinou que a nova companhia mantenha os planos dos usuários da GVT por até 18 meses.
Em setembro, a francesa Vivendi, controladora da GVT, vendeu a companhia para os espanhóis da Telefónica em um acordo avaliado em 7,2 bilhões de euros (cerca de US$ 9 bilhões). A Telefónica também é a maior acionista da TIM, mas pretende fundir a GVT com a Vivo no Brasil.
A GVT, criada há 14 anos oferecendo telefonia fixa e internet ultrarrápida, atua em 153 cidades com pacotes de telefonia fixa, internet acima de 15 Mbps e TV. Conta com 1,5 milhão de clientes no país.
A aprovação na Anatel ocorreu nesta segunda-feira (22) e as empresas terão que cumprir algumas condicionantes. Entre elas, a Vivo terá que manter os contratos de todos os usuários por 18 meses. Em sete cidades em São Paulo e no Espírito Santo (Várzea Paulista, Votorantim, Suzano e Guarujá; e Cariacica, Serra e Vila Velha), onde há alta concentração de usuários dessas empresas, o que os deixará com poucas opções de escolha após a fusão, haverá uma fiscalização para evitar problemas aos usuários.
A nova empresa terá também que manter todos os planos oferecidos atualmente pelo mesmo período de 18 meses, em que acontecerá a fusão das empresas.
Outra decisão da agência reguladora foi que a Vivo não poderá reduzir a cobertura atual da GVT, que se expandiu bastante para fora do estado de São Paulo. E também determinou que ela apresente um plano de expansão em 90 dias para alcançar pelo menos mais dez cidades no país.
A fusão ainda terá que ser autorizada pelo Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica). Segundo apurou a reportagem, contudo, a operação não deve ter problemas para passar pelo órgão antitruste. A avaliação preliminar, sem a análise minuciosa dos dados, indica que, caso haja restrições pelo órgão, elas devem ser limitadas.
Como a GVT não atua em telefonia móvel e começou a operar recentemente em São Paulo, local onde a Telefônica Brasil compete em banda larga e telefonia fixa, os eventuais problemas concorrenciais serão pequenos.
A maior preocupação do órgão, segundo fontes próximas, é em relação à nova posição da francesa Vivendi no mercado brasileiro.
A empresa, que antes atuava apenas por meio da GVT no país, terá participação indireta na Vivo e na Tim, já que a francesa assumirá fatia na Telefônica e na Telecom Itália, controladora das operadoras, como pagamento pela venda da subsidiária brasileira.