DIMMI AMORA BRASÍLIA, DF – A Justiça Federal do Distrito Federal proibiu em decisão liminar nesta segunda-feira (22) que protestos atrapalhem a realização de check-in nos terminais aeroportuários do país. A decisão foi obtida pela Anac (Agência Nacional de Aviação Civil) e diz que as manifestações “não podem ser exercidas em prejuízo à continuidade do serviço público, que garante à locomoção de milhares de pessoas em todo o país, uma vez que se deve privilegiar o interesse público”. Por causa de protesto promovido pelo Sindicato dos Aeroviários, que representa os funcionários que trabalham nos aeroportos para as empresas aéreas, 32 dos 298 voos que partiram do Aeroporto Internacional de Brasília até 18h atrasaram, nesta segunda-feira. Após fecharem pistas da via que dá acesso à unidade, os cerca de 100 manifestantes foram em direção aos balcões de check-in do aeroporto, atrapalhando a identificação dos passageiros. Houve princípio de tumulto dos aeroviários com a polícia e também com passageiros, que reclamaram da forma de manifestação. Segundo nota da Inframérica, companhia que administra o aeroporto, as equipes para auxiliar os passageiros no embarque foram reforçadas e foi necessário disponibilizar ônibus para buscar os passageiros que ficaram presos no bloqueio. No domingo, a média de tempo de realização do check-in foi de três minutos, o mais rápido do Brasil. Nenhum voo foi cancelado devido ao protesto. Desde 28 de setembro, os aeroviários estão negociando com as companhias aéreas o reajuste de 11% para salário e benefícios, além de piso salarial para quem trabalha no check-in e auxílio creche, entre outras solicitações. Segundo André Luiz Carvalho da Silva, diretor do sindicato, as companhias querem dar apenas a reposição da inflação de 6,33%, o que já tinham feito no ano passado. Ele afirmou que o sindicato patronal não está disposto a negociar o que levará a categoria a votar na próxima assembleia um indicativo de greve geral. “Não vamos aceitar pelo segundo ano seguido apenas a reposição da inflação”, afirmou Silva. Os aeroviários já haviam protestado na semana passada no aeroporto Santos Dumont (RJ). O Snea (Sindicato Nacional das Empresas Aeroviárias) disse, em nota, que o setor atravessa momento difícil, que continua negociando e que as empresas já anteciparam a correção dos salários pelo índice do INPC (Índice Nacional de Preços ao Consumidor), de 6,33%. MOVIMENTO Segundo a SAC (Secretaria de Aviação Civil), os principais aeroportos brasileiros tiveram índice de atrasos superiores a meia hora nas partidas de 9,19%, o que é considerado dentro do padrão internacional (que considera tolerável um total de atrasos de até 15%). Os aeroportos de Fortaleza e Congonhas registraram atrasos abaixo de 3%.