Houve um tempo em que os alunos, desde os pequeninos até os do Ensino Médio levavam lição para casa nas férias. E não era pouca coisa. Pelo menos dois livros para ler e páginas e páginas de exercícios. Já faz algum tempo, no entanto, que isso acabou. Os pedagogos e professores são unânimes em defender que férias servem para descansar, brincar e relaxar. Ms isso vale também para quem vai encarar um pré-vestibular no ano que vem? Ou concurso público? Sim, a regra é mesma.

Alessandra Venturi, coordenadora pedagógica do Cursinho da Poli, explica que é preciso equilibrar lazer e estudos, pois estudar demais e deixar de lado o lazer e o descanso pode atrapalhar o desempenho do aluno. Ela recomenda que, nas horas de descanso, os estudantes aproveitem para relaxar, conviver com a família e os amigos, repondo as energias o ano seguinte.

Para Andrea Godinho de Carvalho Lauro, orientadora profissional do colégio Vértice, em vez de usar o período de descanso para se debruçar em apostilas e estudos, o melhor é estudar de outras formas, ou seja, exercitar o cérebro de outras maneiras. O período é bom também para colocar em dia as leituras obrigatórias dos vestibulares, acredita Andrea. É uma coisa que dá para fazer e relaxar ao mesmo tempo. Outra dica é assistir a filmes que têm a ver com as disciplinas e também documentários. É possível conciliar momentos de diversão com conhecimento. Exposições, filmes e peças de teatro que remetem a momentos históricos ajudam o aluno assimilar o conteúdo de uma forma descontraída e eficaz, explica ela.

Tempo para brincar, assistir televisão, ir ao cinema e jogar video game. As férias são aquele período em que a criança está livre para fazer (quase) o que quiser, mas será que é só isso? É nesta época que os pequenos têm momentos importantes de retorno à vida familiar e é quando os pais podem observar mais de perto o desenvolvimento da criança. “Para os pais, é uma ótima oportunidade para perceber se a atitude de seus filhos vem modificando e possibilitando serem pessoas melhores”, analisa a diretora psicopedagógica do Dice English Course e mestre em Neurolinguística pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) Eloisa Lima Isso pode ser feito em diversas atividades, mesmo que a família não possa viajar. É possível criar passeios culturais pela cidade, em museus, pontos históricos. Também dá para exercitar a matemática em uma boa receita a ser executada por toda a família. E quem sabe o jornal da noite não pode de se transformar em um produtivo debate histórico? A literatura também é uma boa companheira para estudantes de todas as horas e uma maneira de manter a criança ou adolescente em uma rotina de informações novas.

A Associação Brasileira de Recreadores divulgou recentemente sugestões de brincadeiras bem interessantes para as famílias em férias. Elas estimulam o desenvolvimento mesmo em férias.

CONCURSEIROS VIVEM DILEMA
Com a chegada das festas de fim de ano, sempre surge a dúvida para os concurseiros de plantão: vale a pena dar um tempo nos estudos e aproveitar as festas ou isso fará com que ele perca o ritmo de estudos, diminuindo as chances de uma possível aprovação? De acordo com os especialistas, a dica é achar o equilíbrio. “Diminuir o ritmo nesse momento é importante, mas não precisa parar. “É sempre importante achar o equilíbrio. Estudar, sim, mas sem prejudicar os momentos em que tem que ficar com a família.”, afirma o diretor do Canal dos Concursos, Fábio Gonçalves.

No caso do concurseiro ter uma viagem marcada, o ideal é levar o material de estudos e achar um espaço para manter as matérias em dia, caso esteja prestes a fazer uma prova. Para os que não têm prova marcada, porém, a dica é aproveitar 100% do tempo para recarregar as baterias e ganhar força para o estudo.

E o que fazer com a família para que aceite que o concurseiro reserve um tempo do seu dia para se dedicar aos estudos? Para o diretor do Canal dos Concursos, tudo depende, também, do tipo de família que se tem. “Temos famílias que aceitam e incentivam, famílias neutras e famílias que não incentivam. Na verdade, o grande exercício é achar o equilíbrio. Para o ano de 2015, muitos concursos estão sendo esperados. Portanto, não dá para perder a chance de estudar cada vez mais. Destacam-se o concurso do INSS para nível médio com salário inicial de R$ 4.400 e 1.500 vagas e para quem tem o nível superior em qualquer área de formação, o concurso de fiscal federal com R$ 16 mil de salário inicial e mais 2 mil vagas solicitadas ao Ministério do Planejamento e Gestão.


SUGESTÕES DE BRINCADEIRAS

DANÇA DAS CADEIRAS COOPERATIVAS
Materiais — Cadeiras (o mesmo número de cadeiras para o de jogadores), CD com músicas animadas e aparelho de som.
Descrição — Colocam-se as cadeiras em círculo, uma de costas para a outra. Para iniciar o jogo, o recreador deverá colocar uma música bem animada e posicionar os jogadores de frente para suas cadeiras. Os participantes dançarão em volta das cadeiras. Quando a música parar de tocar, os jogadores deverão sentar nas cadeiras. Após essa primeira fase, tira-se uma cadeira, ou seja, teremos uma cadeira a menos do que o número de participantes. Na próxima rodada, os participantes terão de sentar, todos com uma cadeira a menos, e assim sucessivamente, até restarem três cadeiras e todo o grupo estiver sentado, uma pessoa no colo da outra. É uma atividade cooperativa e bem interessante para a participação lúdica dos adultos.

BINGO HUMANO
Materiais — Pedaços de papel sulfite e uma caneta para cada jogador.
Descrição — Cada jogador receberá um pedaço de papel em branco e desenhará uma tabela de jogo da velha (nove quadrantes). A cartela deverá ser preenchida com o nome mais o sobrenome (comida, de preferência) dos jogadores, como Marlene Salada. Ao sinal do recreador, os jogadores deverão se interagir e preencher a cartela com os nomes. Após o término, será iniciado o bingo. O recreador escolherá uma pessoa para iniciar o bingo, que escolherá um dos nomes que constam em sua cartela, pronunciando-o em voz alta. Por sua vez, este escolherá outra pessoa de sua cartela, e assim sucessivamente. O jogador que preencher primeiro a cartela é considerado o vencedor. Como variações, poderão ser utilizados para a composição do sobrenome países, cores ou figuras geométricas.

PEGA-PEGA DINHEIRO DO LADRÃO
Materiais — Dinheiro de papel e cartão com as funções (dois são policiais, três são ladrões e os demais jogadores são vítimas).
Descrição — Cada jogador recebe dez dinheiros de papel e um cartão com a função. Inicialmente, cada jogador deverá guardar segredo sobre a sua função. O recreador dá início ao pega-pega. Ao pegar alguém, os jogadores deverão mostrar os cartões de funções. A polícia ganha do ladrão, o ladrão ganha da vítima e a vítima ganha da polícia. O ganhador recebe o dinheiro do jogador perdedor. Após um tempo preestabelecido pelo recreador, deverá ser contado o dinheiro dos jogadores. Vence quem tiver mais dinheiro.

AO AMIGO, COM CARINHO
Materiais — Papel e caneta.
Descrição — Cada participante recebe um pedaço de papel e uma caneta ou um lápis. Cada pessoa escolhe outro integrante do ônibus e escreve no pedaço de papel o nome da pessoa escolhida e uma tarefa a ser realizada por ela. Não sabendo o nome da pessoa escolhida, poderá escrever algumas características dela ou o número do assento em que ela está. Após o recolhimento dos papéis de todos os participantes, o animador fará o sorteio e avisará, nesse momento, que quem realizará a tarefa é a pessoa que escreveu.

QUAL É A MÚSICA?
Materiais — CD com músicas de vários ritmos.
Descrição — O grupo de passageiros deverá ser dividido em duas equipes. O recreador seleciona um CD com músicas de vários ritmos e, dado o início, deverá dar stop, e, após, alguém deverá continuar cantando a música. A cada acerto de música, a equipe ganha um ponto. É vencedora a equipe que acumular dez pontos primeiro.

VOLENÇOL
Materiais — Lençóis e bolas de voleibol.
Descrição — O grupo será formado por quartetos que deverão segurar, um em cada ponta, um lençol ou uma toalha. Os quartetos deverão brincar com a bola de voleibol, tentando mantê-la sobre o lençol, não a deixando cair no chão. Após essa etapa, os quartetos farão a interação uns com os outros e, assim, realizarão lançamentos e recepções das bolas. Criar estratégias e o trabalho em equipe são desafios propostos para essa atividade. A progressão do jogo poderá ser na realização de um jogo de voleibol tradicional com os lençóis.