A sambista Dodô da Portela, de 94 anos, considerada porta-bandeira número um da escola, permanece em estado grave, mas com a infecção controlada por antibiótico. A informação é da Secretaria Municipal de Saúde do Rio de Janeiro.

Uma das figuras mais destacadas da tradicional escola de samba do Rio de Janeiro, Dodô foi internada segunda-feira (22), em estado grave, no Hospital Municipal Ronaldo Gazolla, em Acari, zona norte do Rio.

Em entrevista publicada no site da Portela, Dodô revela que entrou para a agremiação em 1935, quando conquistou o lugar de porta-bandeira. Segundo ela, naquela época a Portela “tinha mais harmonia, mais vontade, mais garra no samba. Para concorrer com o samba, os compositores tinham as pastoras julgando na quadra, cantando. O samba mais bem cantado é que a gente levava para a Avenida. O samba não podia ser pequeno como agora, comenta.

A porta-bandeira acrescenta que o começo foi difícil. No primeiro ano, ninguém me ensinou. Meu mestre-sala disse apenas para eu entrar quando tocasse o sinal. Era garra. Hoje, o que falta ao nosso samba é amor. Cada um por sua escola. Se fosse Portela, não podia sair na Mangueira, no Salgueiro. Atualmente, em uma única noite, as pessoas desfilam em quatro ou cinco escolas. Estão enganando os outros, critica.