O Atlético completou cinco anos sem títulos em 2014. O último foi o Campeonato Paranaense de 2009. Em 2013, até esteve perto: foi finalista da Copa do Brasil e do campeonato estadual e ficou em 3º no Brasileirão. Em 2014, porém, o time não embalou, apesar de alguns momentos positivos.

A diretoria manteve a política de 2013, utilizando apenas o sub-23 no Paranaense. O time principal tinha a Copa Libertadores como prioridade. A ideia era inovar com um técnico europeu, o espanhol Miguel Angel Portugal. No entanto, os jogadores não aceitaram a disciplina do comandante e os métodos de treinamento. Em campo, não se adaptaram ao sistema tático de Portugal – um 4-4-2 com os quatro meias em linha e com a defesa avançada, também em linha.

Na fase preliminar da Libertadores, pegou o Sporting Cristal, do Peru, e sofreu. Só avançou nos pênaltis. Na fase de grupos, terminou atrás de Velez Sarsfield, da Argentina, e do Strongest, da Bolívia. E foi eliminado. Mesmo assim, Portugal seguiu no cargo. Só saiu após cinco rodadas do Brasileirão – uma vitória, dois empates e duas derrotas.

Após a eliminação da Libertadores, a diretoria rescindiu o contrato com Adriano Imperador, que chegou ao clube em dezembro de 2013 para tentar recuperar sua turbulenta carreira. No Atlético, o jogador apenas criou problemas disciplinares.

O auxiliar Leandro Ávila assumiu como interino e o time viveu bons momentos antes da pausa para a Copa do Mundo de 2014. Nesse intervalo, o técnico Doriva (campeão paulista com o Ituano) foi contratado. Teve desempenho irregular e acabou demitido após oito jogos. Logo em seguida, a equipe foi eliminada da Copa do Brasil pelo América-RN.

No período pré-Copa, o time não contou com a Arena da Baixada, que estava em obras. E teve que jogar cinco partidas do Brasileirão a 100 km de Curitiba, como parte de punição imposta pelo STJD. Depois, ainda teve quatro jogos com portões fechados.

O time só embalou quando teve a Arena com torcida e com a chegada do técnico Claudinei Oliveira. Fugiu do rebaixamento e terminou na metade de cima da tabela do Brasileirão.

SUCESSO NA COPA E BOAS REVELAÇÕES
O ano de 2014 teve alguns pontos positivos para o Atlético Paranaense. Um deles, foi a Copa do Mundo. A Arena da Baixada foi o estádio melhor avaliado da competição, agradando pela organização e estrutura. Jornalistas e turistas de todos os cantos do mundo elogiaram o local.

A construção da Arena, porém, deixou uma dívida de R$ 118 milhões, segundo o balanço de 2013. A consultoria BDO calculava que o Atlético poderia arrecadar R$ 4,5 milhões por ano com naming rights, mas o clube não conseguiu nada. E a venda de plano de sócios não decolou no pós-Copa.

A fonte de receita para pagar as dívidas pode ser a venda de jogadores. Em 2014, o Atlético novamente se consagrou na revelação de talentos. Doulgas Coutinho e Marcos Guilherme já haviam atuado em 2013, mas 2014 serviu para confirmar a qualidade dos dois jogadores. Hernani, Otávio, Sidcley, Santos e Léo Pereira mostraram potencial e, em breve, vão trazer lucro dentro e fora de campo para o clube.