SÃO PAULO, SP – Os estudantes realizam nesta terça-feira (6) o terceiro dia de prova da segunda fase da Fuvest. Eles disputam 11.177 vagas: 11.057 na USP (Universidade de São Paulo) e 120 no curso de medicina da Santa Casa. Os candidatos responderão a 12 questões dissertativas, mas o conteúdo varia de acordo com a carreira escolhida pelo candidato, e pode abordar entre duas e três disciplinas. A prova vale 100 pontos e é obrigatória para todos os candidatos. Os portões serão abertos às 12h30 e fecham às 13h. As provas têm quatro horas de duração e o estudante só poderá sair do local a partir das 15h. Os candidatos realizam o exame em 47 locais, sendo 22 na região metropolitana de São Paulo e 25 no interior do Estado. Confira aqui os locais de prova. Ao todo, 29.698 candidatos foram convocados para realizar a segunda fase do vestibular. Desse total, 1.957 são treineiros. A USP oferece 249 cursos de graduação distribuídos em oito campi no Estado de São Paulo, nas cidades de Bauru, Lorena, Piracicaba, Pirassununga, Ribeirão Preto, Santos, São Carlos e São Paulo. As provas de habilidades específicas (artes cênicas, música – Ribeirão Preto, audiovisual, arquitetura – São Paulo, arquitetura – São Carlos e design) serão realizadas a partir do dia 7 de janeiro de 2015. Para mais informações, os estudantes devem consultar a página 2 do manual do candidato. A primeira chamada dos aprovados será feita no dia 31 de janeiro de 2015. A partir desta data, o candidato poderá ter acesso ao seu desempenho no vestibular no site da Fuvest. SEGUNDA FASE Nesta segunda-feira, os estudantes responderam a 16 questões dissertativas de história, geografia, matemática, física, química, biologia e inglês, além de questões Interdisciplinares, todas com igual valor. Segundo professores ouvidos pela Folha, a prova foi bem feita, mas sem grandes surpresas ou dificuldades para os candidatos que se prepararam para ela. No primeiro dia de prova, realizada no domingo (4), todos os candidatos responderam a dez questões de português e realizaram uma redação. O índice de abstenção foi de 8,1% (2.412 ausentes). No total, a Fuvest havia convocado para esta etapa final 29.698 candidatos. Segundo professores ouvidos pela Folha, foi uma prova “quase temática” e sem surpresas. Para Luis Ricardo Arruda, coordenador do cursinho Anglo, as questões de português cobraram mais interpretação do que gramática. “Mesmo as questões de gramática não cobraram o conhecimento tradicional. Era preciso ter domínio não só do código, mas também do aspecto cultural” Já o professor Nelson Dutra, do Objetivo, as questões de literatura foram as que tiveram o maior nível de dificuldade para os alunos. “As perguntas exigiam conhecimento dos temas de humanidades, além de uma leitura efetiva das obras”. O tema da redação foi a “camarotização da sociedade”, expressão usada para descrever o fato de as pessoas poderem pagar para terem privilégios em jogos ou em outros serviços. Segundo o enunciado do exame, a possibilidade cria “tendência a manter segregados os diferentes estratos sociais”. Um dos textos de apoio cita como exemplo os estádios, onde antes ricos e pobres se sentavam juntos, e agora há os camarotes especiais. Outro fala das escolas públicas, em que “classes sociais diferentes” conviviam. Não foi a primeira vez que a Fuvest usou uma palavra nova como base para a sua redação. Há dez anos, o assunto havia sido a “descatracalização” da vida. Na prova deste domingo, temas éticos e sociais estiveram presentes também nas questões discursivas de português e literatura. Uma delas abordava um sem-teto no centro de São Paulo que dormia em cima de um ponto de ônibus, onde se via publicidade que mencionava palavras como conforto e beleza. Professores dos cursinhos Anglo, Etapa, Oficina do Estudante e Objetivo afirmam que a Fuvest já havia anteriormente colocado como enfoque questões éticas e sociais. E a presença desses temas nas perguntas discursivas faz com que o candidato não se assuste ao chegar à redação. CONCORRÊNCIA A nota de corte mais alta do vestibular deste ano foi para o curso de medicina com 72 pontos, seguido pelo curso de medicina em Ribeirão Preto (70), engenharia aeronáutica em São Carlos (68), engenharia civil em São Carlos (62) e engenharia na Escola Politécnica (61). Confira aqui a relação completa das notas de corte. Entre os treineiros, a nota de corte para humanas foi de 49, biológicas, 50, e exatas, 52.