RIBEIRÃO PRETO, SP – O desperdício de água já rendeu um total de 1.120 multas em cinco cidades da região de Ribeirão Preto: Tambaú, Brodowski, Bebedouro, Morro Agudo e Barretos.
A medida foi adotada pelas prefeituras no ano passado, após o início de uma das piores estiagens do Estado nas últimas décadas.
Apenas em Morro Agudo foram 500 multas desde fevereiro –em 90% dos casos, por lavagem de calçadas. O valor é de R$ 50 e, em caso de reincidência, é cobrado o dobro.
Já em Barretos, quem foi flagrado esbanjando água pagou mais caro: a multa, imposta em outubro, é de R$ 264,30.
Segundo a prefeitura, desde então cerca de 200 multas já foram aplicadas.
“As multas têm de ter caráter educativo, não punitivo. Senão, paga-se a multa, mas o hábito não muda”, diz Carlos Alencastre, diretor regional do DAEE (Departamento de Águas e Energia Elétrica).
Em Ribeirão Preto, um projeto de lei que prevê a penalidade está em elaboração depois que o Gaema (Grupo de Atuação Especial do Meio Ambiente) fechou o cerco contra o desperdício em 22 cidades que integram a Bacia Hidrográfica do Rio Pardo.
A minuta do projeto de lei está sendo elaborada por diferentes órgãos que tratam do assunto e também deverá beneficiar os que incorporam a preservação em suas atividades, como ações de sustentabilidade, segundo Paulo Finotti, vice-presidente do CPH-Pardo (Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio Pardo).
Embora abastecida pelo aquífero Guarani, Ribeirão pode ter o abastecimento comprometido caso a estiagem se agrave, diz o DAEE.
Com o aumento do consumo, o Daerp (Departamento de Água e Esgotos) não consegue atender a demanda, principalmente nas regiões oeste e norte, onde há registro constante de falta de água.
De acordo com a autarquia, oito reservatórios estão em construção na cidade.