O deputado reeleito Paulo Maluf (PP-SP) defendeu nesta terça-feira (20) a candidatura de Arlindo Chinaglia (PT) à presidência da Câmara dos Deputados e afirmou que, se o petista for eleito, a casa sairá das páginas policiais dos jornais.

“Eu vou votar nele. Homem muito correto, homem muito honesto, homem de vida ilibada. E tenho certeza de que, ele sendo eleito, a Câmara dos Deputados vai estar fora das páginas policiais para ficar dentro das páginas policiais”, disse Maluf em jantar para promover candidatura do colega.

Perguntado se a eleição de Eduardo Cunha (PMDB), favorito na disputa, levaria a um risco maior de que a Casa Legislativa sediasse escândalos, Maluf tergiversou: “Eu não estou falando [mal] de ninguém, estou falando a favor de Arlindo Chinaglia”.

Quando chegou ao jantar, Maluf abraçou o candidato, que disse que a presença do pepista o deixava muito feliz. Perguntado se a presença de Maluf o constrangia, Chinaglia disse que não. Argumentou que Maluf é um deputado e citou fala que atribuiu ao ex-presidente Juscelino Kubitschek: “Quem escolhe é o eleitor”.

‘SOBRA PRA MIM’

No jantar, Chinaglia admitiu que, por ser petista, tem que lidar com as rugas entre parlamentares e o governo, também petista. “A bronca que o Legislativo tem com o Executivo sobra pra mim”, disse, explicando que tem que contornar o desgaste do governo de Dilma Rousseff. Chinaglia foi lançado por deputados do PT para disputar a presidência da Câmara com Cunha, cuja potencial eleição preocupa o Planalto. Embora Cunha pertença a um partido da base aliada ao governo, o peemedebista é um dos deputados que mais pressionam o Executivo e ameaçam a governabilidade de Dilma.

O candidato petista se recusou a comentar acusação de Cunha, de que a Polícia Federal forjou áudio para incriminá-lo nas investigações da Operação Lava Jato, que apura esquema de corrupção na Petrobras. “Quero ficar longe disso”, disse.