FELIPE SOUZA, ENVIADO ESPECIAL
ROSEIRA, SP – O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), vem tomando diversas medidas para socorrer as represas do sistema Alto Tietê.
Na manhã desta quinta-feira (22), o governador disse que vai retirar, a partir da próxima semana, 0,5 m³ de água do rio Guaratuba para as bacias do Alto Tietê. “Isso equivale a você colocar água para 150 mil pessoas”, disse.
Outra ação será a restrição do uso de água do Alto Tietê pelos agricultores para irrigação. O secretário da Agricultora, Arnaldo Jardim, disse em entrevista ao jornal “Valor Econômico” que o corte parcial e integral afetará 3.000 produtores de hortifrúti em todo o Estado.
No entanto, Alckmin afirmou, em evento na cidade de Roseira (a 69 km de São Paulo), que o número de agricultores que serão afetados. “Esse é um estudo que o Daee (Departamento de Águas e Energia Elétrica) está fazendo primeiro para verificar quem tem e quem não tem outorga. Segundo, [será] nas áreas do Alto Tietê e avaliar caso a caso”, afirmou.
Outra ação de socorro ao Alto Tietê foi voltar a utilizar água do Cantareira, que já atende a 6,5 milhões de pessoas, para abastecer bairros da zona leste como Tatuapé, Carrão e Penha. Isso vai aumentar em 1 milhão o total de consumidores abastecido pelo Cantareira.
Para o governador, isso não demonstra que o Alto Tietê agora enfrenta uma situação mais crítica que o Cantareira. “Essas questões técnicas, a Sabesp vai avaliando. Isso mostra que nós temos uma boa integração entre os sete sistemas. Então se o Cantareira não choveu e ele seca mais rápido e o Guarapiranga está melhor, o Guarapiranga invade a área do Cantareira”, disse.
Nesta quarta-feira (21), Alckmin também havia anunciado que vai usar parte da represa Billings para abastecer o Alto Tietê. Questionado, nesta quinta ele não informou o custo dessa medida nem quando ela será implantada.
De acordo com o boletim divulgado pela Sabesp, o reservatório Alto Tietê interrompeu o ritmo de queda iniciado no dia 13 de janeiro, quando o manancial registrou 11,3%. Nesta quinta, o Alto Tietê opera com 10,1% de sua capacidade após subir 0,1 ponto percentual em relação ao dia anterior.
O manancial acumulou 9,2 mm de água com a chuva desta quarta. Até agora, o sistema já acumula 41,7 mm –o que equivale a 16,6% da média histórica para janeiro (251,5 mm).
O sistema abastece 4,5 milhões de pessoas na região leste da capital paulista e Grande São Paulo. No dia 14 de dezembro, o Alto Tietê passou a contar com a adição do volume morto , que gerou um volume adicional de 39,5 milhões de metros cúbicos de água da represa Ponte Nova, em Salesópolis (a 97 km de São Paulo).
DEMAIS SISTEMAS
o nível do reservatório Cantareira baixou 0,1 ponto percentual em relação ao índice do dia anterior e opera com 5,4% de sua capacidade. É a décima primeira queda consecutiva registrada pelo sistema, que abastece 6,5 milhões de pessoas na Grande São Paulo. A série de queda começou no dia 11 de janeiro quando o sistema operava com 6,6% de sua capacidade –que já inclui a segunda cota do volume morto (água do fundo do reservatório que não era contabilizada).
A chuva também não beneficiou a represa de Guarapiranga, que fornece água para 4,9 milhões de pessoas nas zonas sul e sudeste da capital paulista. O sistema opera com 38,1% de sua capacidade após o nível baixar 0,1 ponto percentual em relação ao índice anterior. Com a chuva desta quarta, o manancial acumula 148,2 mm de água –65% da média histórica para janeiro (229,3 mm).
O nível do reservatório Alto de Cotia, que fornece água para 400 mil pessoas, baixou 0,3 ponto percentual e opera nesta quinta com 27,9% de sua capacidade.
O nível dos sistemas Rio Claro e Rio Grande subiu em relação ao dia anterior: 2,9 e 0,5 ponto percentual, respectivamente. O reservatório de Rio Claro, que atende a 1,5 milhão de pessoas, opera com 24,9% de sua capacidade. Já o manancial de Rio Grande, que atende a 1,2 milhão de pessoas, opera com 69,1% de sua capacidade.
A medição da Sabesp é feita diariamente e compreende um período de 24 horas: das 7h às 7h.