SÃO PAULO, SP – As autoridades egípcias reforçaram neste domingo (25) as medidas de segurança, especialmente em torno das praças sensíveis do Cairo, para evitar protestos dos islamitas e de grupos opositores durante as celebrações do quarto aniversário da revolução de 2011. A praça Tahrir, palco em 2011 de protestos grandes e de uma acampamento que forçaram a renúncia do então presidente Hosni Mubarak, está fechada pelo segundo dia consecutivo. No epicentro da revolução foram destacados 22 veículos militares e instalados alambrados de arame farpado, segundo explica a agência oficial Mena. No sábado (24), uma jovem morreu na praça Tahrir por um disparo da polícia, que tentava impedir que um grupo de manifestantes acampasse na emblemática praça um dia antes do aniversário da revolução. Na cidade de Alexandria, no norte do país, um manifestante islamita foi morto neste domingo após confrontos com a polícia, indicaram autoridades da segurança. Estas autoridades disseram que o manifestante estava armado e que abriu fogo contra a polícia durante um protest. As forças de segurança também afirmam que três manifestantes ficaram feridos. A polícia e o Exército também foram desdobrados nas praças de Rabaa al Adauiya e Al-Nahda, onde os seguidores do ex-presidente islamita Mohammed Mursi mantiveram grandes acampamentos no verão de 2013, que foram dispersados com violência, causando centenas de mortos. O ministro egípcio do Interior, Mohammed Ibrahim, denunciou neste sábado que a Irmandade Muçulmana quer “criar o caos no país”, mas assegurou que as forças da ordem vão proteger as instalações públicas e privadas. A Coalizão Nacional para a Defesa da Legitimidade, liderada pela confraria, pediu para as pessoas aproveitarem este dia para lançar uma “nova onda revolucionária” para derrubar o atual regime “golpista”, liderado por Abdul Fatah al Sisi. Al Sisi louvou na noite de sábado, durante um discurso televisionado, os “mártires” da revolução de 2011, que chegam a cerca de 800, e se comprometeu com as reivindicações de “liberdade e justiça social”. Os festejos oficiais previstos para este domingo foram cancelados como gesto de respeito pela morte do rei saudita, Abdullah bin Abdul Aziz, que apoiou politicamente e economicamente o Egito após o golpe militar contra Mursi de julho de 2013.