MARCEL MERGUIZO, ENVIADO ESPECIAL* DOHA, QATAR – O Brasil teve a chance de vencer uma potência do handebol e fazer história. Caiu novamente. Neste domingo (25), em Doha, perdeu para a Croácia (26 a 25) e está eliminado do Mundial do Qatar. Novamente por um gol, assim como no Mundial passado, em 2013, contra a Rússia, quando o Brasil deixou a competição na mesma fase.

A partida em Doha valia a classificação inédita para a seleção brasileira às quartas de final. Nunca um time da América do Sul ficou entre os oito melhores do mundo. E o Brasil esteve muito perto de um feito épico. Fez jogo equilibrado e esteve vencendo em diversos momentos a equipe campeã do mundo em 2009, três vezes prata e bronze no último Mundial.

A Croácia continua invicta no Qatar e agora enfrenta o vencedor do jogo entre Suécia e Polônia. Campeões olímpicos em Atlanta-1996 e Atenas-2004, terceiros colocados nos Jogos de Londres-2012, os croatas ainda tinham o melhor jogador do mundo de 2013 em quadra: o central Duvnjak, 26. Mas o artilheiro do jogo foi o armador Marko Kopljar, de 2,10 m.

Neste Mundial, o Brasil equilibrou os jogos contra a atual campeã (Espanha), terceira colocada (Croácia) e a quarta (Eslovênia). Assim, mesmo com derrotas nos três duelos contra potências da modalidade, os brasileiros mostraram evolução em um esporte no qual estava acostumado a figurar nas últimas colocações em torneios deste porte.

O técnico espanhol do Brasil, Jordi Ribera, fez diversas alterações táticas durante a partida. Desde o início da partida, por exemplo, promoveu a volta ao time titular do experiente capitão Zeba, 31, no lugar de armador Zé, 21. Na sequência do jogo a promessa brasileira ainda entrou e ajudou a equipe ofensivamente. Mas foi outro atleta da geração 1994, no entanto, que chamou a responsabilidade de comandar o ataque do Brasil, o também armador João, 20. Era uma barreira difícil de ultrapassar a croata. No time todo do rival eram seis jogadores de 2 m de altura ou mais. A dificuldade ficou clara desde o começo.

Só aos 15 minutos do primeiro tempo, o Brasil conseguiu empatar o confronto pela primeira vez (8 a 8). Aos 25, pela primeira vez no jogo, o Brasil passou à frente (13 a 12) com gol de João. Em seguida, chegou a abrir 14 a 12. Na defesa, o goleiro brasileiro Rick se destacava. Nos últimos minutos do primeiro tempo, ele entrou e defendeu três de quatro tiros de sete metros (correspondente ao pênalti no handebol) a que foi submetido. Então, pela segunda vez no Mundial, o Brasil terminou o primeiro tempo na frente no placar (15 a 13). Apenas na vitória contra Belarus a seleção tinha passado o intervalo do jogo na frente. Na volta, porém, o Brasil estacionou e a Croácia abriu 17 a 15 logo em três minutos. A seleção demorou sete minutos no segundo tempo para fazer um gol. Depois desse começo muito instável, as equipes voltaram a se igualar. Alternando a liderança do placar até os últimos minutos, brasileiros e croatas fizeram uma partida nervosa. Até que, nos últimos dos 60 minutos de jogo, a Croácia abriu um gol de frente e eliminou os brasileiros.

*O repórter MARCEL MERGUIZO viaja a convite da organização do Mundial