A semana começa com os motoristas e cobradores de ônibus, desde a 0 hora desta segunda-feira (26), em greve por tempo indeterminado. A categoria para em protesto ao atraso no pagamento do vale, que deveria ter sido realizado no último dia 20 e não foi efeituado.

Para tentar minimizar os problemas para a população, uma liminar ganha na Justiça determina que 70% da frota dos ônibus circulem nos horários de pico — entre 5 e 9 horas e das 17 às 20 horas — e 50% nos demias horários. Mas até as 19 horas de domingo (25), o Sindicato dos Motoristas e Cobradores de Curitiba e Região Metropolitana (Sindimoc) não havia recebido a notificação judicial, mantendo a paralisação geral dos trabalhadores.

O desembargador Benedito Xavier da Silva, do Tribunal Regional do Trabalho (TRT), concedeu uma decisão favorável na noite deste sábado (24) ao pedido do Ministério Público do Trabalho para garantir a frota mínima de ônibus do transporte coletivo circulando.

A liminar determina ainda que os veículos devem estar circulando com motoristas e cobradores. Os mesmos porcentuais devem ser respeitados com cobradores nas estações-tubo. A multa no caso de descumprimento é de R$ 50 mil, revertidos ao Fundo de Amparo ao Trabalho.

Carros — Prefeitura de Curitiba vai colocar 200 carros oficiais à disposição da Urbs para fazer transporte alternativo. Os carros da frota municipal farão transporte gratuito nesta segunda.

A Urbs também vai cadastrar carros particulares para atuar com transporte alternativo em função do indicativo de greve no transporte coletivo.

Farpas — Enquanto motoristas e cobradores anunciavam a deflagração de greve por tempo indeterminado, a Urbanização de Curitiba S/A (Urbs) e a Coordenadoria da Região Metropolitana de Curitiba (Comec) se acusavam mutuamente sobre a responsabilidade da crise na Rede Integrada de Transporte (RIT).

Assim que motoristas e cobradores anunciaram a paralisação, na tarde de sexta-feira, a Urbs publicou nota culpando o governo do Estado. Pouco depois, foi a Comec quem publicou no site do governo do Estado nota criticando uma suposta intransigência da Urbs.

Motoristas e cobradores em indicativo de greve cobravam o pagamento do adiantamento dos salários, que deveria ter sido pago até o dia 20 de janeiro, mas só foi feito integralmente por algumas empresas que atuam no sistema. No fim do expediente bancário da sexta-feira, o dinheiro para o resto dos trabalhadores não tinha sido depositado. Por isso, o presidente do Sindicato dos Motoristas e Cobradores de Curitiba e Região (Sindimoc), Anderson Teixeira, confirmou a greve.

E adiantou que mesmo que o pagamento fosse feito ao longo do fim de semana, a greve aconteceria. O sindicato agora exige uma solução entre a Urbs e a Comec, para que problemas com o pagamento não voltem a acontecer.