SÃO PAULO, SP – Ao menos 49 policiais filipinos morreram em enfrentamentos com extremistas islâmicos no sul do país, anunciou nesta segunda-feira (26) a polícia local.
Apesar do episódio, os acordos de paz firmados em março de 2014 entre o governo e a Frente Moro de Libertação Islâmica (MILF, na sigla em inglês) seguem vigentes, informaram fontes de ambas as partes.
Os combates aconteceram no domingo em Mamasapano, localidade isolada da ilha de Mindanau e controlada pela MILF, indicou à AFP uma porta-voz da polícia regional, Judith Ambong.
Os enfrentamentos começaram quando a polícia entrou na cidade sem a aprovação do grupo rebelde, o que o acordo de paz determina que deve acontecer.
Os corpos dos policiais foram recuperados e trasladados para um acampamento militar. A porta-voz não soube informar se houve vítimas do lado dos rebeldes.
A polícia havia entrado na localidade buscando Zulkifli bin Hir, também conhecido como Marwan, um membro do grupo Jemaah Islamiyah, afiliado à Al-Qaida, declarou Mohagher Iqbal, chefe dos negociadores da MILF.
“Também queriam capturar Basit Usman, comandante do grupo Combatentes para a Liberdade do Bangsamoro Islâmico (BFF na sigla em inglês), que não participava das negociações de paz”, acrescentou Iqbal.
O membro da milícia também questionou a ação policial. “Se alguém invadir a sua casa, o que você vai fazer?”, disse.
Os EUA oferecem uma recompensa de US$ 5 milhões por informações que levem a Marwan e US$ 1 mi por Usman.
A MILF, que conta com cerca de 10.000 combatentes, acusou a polícia de não ter coordenado a operação com suas forças, o que é estabelecido nos acordos de 2014.
Esse é o segundo incidente grave após o cessar-fogo. Em abril de 2014, dois soldados e 18 rebeldes morreram em combates na ilha de Basilan.
Entre cem mil e 150 mil pessoas –ao menos 20% delas civis– morreram em quatro décadas de conflito separatista islâmico no sul das Filipinas.
Os combates também paralisaram o desenvolvimento de uma região rica em recursos naturais, além de empobrecer sua população.