MARCEL MERGUIZO, ENVIADO ESPECIAL (*)
DOHA, QATAR – O secretário-geral do Comitê Olímpico do Qatar, o xeque Saoud bin Abdulrahman Al-Thani, confirmou nesta segunda-feira o interesse do pequeno país do Oriente Médio em sediar os Jogos Olímpicos.
Membro da família real qatari, ele falou que até a Copa do Mundo de futebol, em 2022, o Qatar continuará investindo na organização de grandes eventos e a “Olimpíada é a ponta desse projeto”.
O Qatar já foi candidato a receber os Jogos de 2016 e 2020, perdeu para Rio e Tóquio. Agora o interesse é em sediar a Olimpíada em 2024. Roma, na Itália, e Boston, nos EUA, já oficializaram as candidaturas. O emirado do Golfo Pérsico precisa fazê-lo ainda este ano.
“Nossa estratégia é o esporte, e a Olimpíada é parte disso, mas não é o objetivo principal”, disse o xeque. “Queremos mostrar aos olhos de diferentes federações internacionais o legado e o modo como entendemos os benefícios da organização destes eventos”, completou o chefão do Comitê Olímpico do emirado.
O Mundial de handebol que está acontecendo no país de menos de 2 milhões de habitantes é só o primeiro de uma sequência de seis mundiais que já estão garantidos. Ainda em 2015, a capital Doha recebe o Mundial de boxe e o de atletismo paraolímpico. Um ano depois será a vez do ciclismo de estrada. As competições de ginástica (2018) e atletismo (2019) também já estão garantidas.
Mas o Qatar quer mais e ainda será candidata a sede do Mundial de basquete de 2019.
“Estamos trabalhando para cada vez mais ter eventos internacionais. Não queremos ter só um evento. Gostaríamos de ter um legado, chegar a 2022 com 50 eventos por ano”, disse o secretário-geral do comitê qatari.
Desta forma, o Qatar pode se tornar a capital do esporte mundial, como o governo propagandeia em publicações oficiais. Mas ainda sofre com a falta de atletas. Calcula-se que apenas 10% da população do país seja de qataris, ou seja, cerca de 200 mil pessoas.
“Se olhar em número de eventos, sim, o Qatar pode ser uma [capital do esporte]. Mas olhamos por um diferente ângulo. Não só para o alto nível, mas o esporte para todos”, explica o xeque, que não descartou a naturalização de atletas como o país fez para este Mundial de handebol. Do time que está nas quartas de final da competição, nove dos 16 atletas são estrangeiros.
“Uma coisa que sempre respeitamos são os regulamentos internacionais. O Qatar não é o primeiro a fazer isso. Também estamos preparando os nossos atletas. Mas se eles moram no Qatar e querem jogar pelo Qatar, por quê não?
(*) O repórter MARCEL MERGUIZO viaja a convite da organização do Mundial