SÃO PAULO, SP – Membros da milícia xiita houthi atacaram nesta segunda-feira (26) dezenas de manifestantes opositores que tentavam acessar a emblemática praça Al Taguir em Sanaa, cercada pelos primeiros para evitar protestos.
Segundo a Agência Efe, os houthis perseguiram os manifestantes na rua Al Dairi, que leva à praça, jogando pedras, paus, garrafas de água e sapatos.
Os opositores buscaram proteção em lojas e becos da região, enquanto os jornalistas e fotógrafos também foram alvo dos ataques do grupo xiita.
A praça Al Taguir foi o epicentro da revolução de 2011 contra o então presidente, Ali Abdullah Saleh, e se transformou agora no ponto de encontro dos contrários aos houthis.
Por isso, os milicianos impuseram um cerco nos arredores da praça e se desdobraram no interior da mesma para evitar protestos.
Vestidos de policiais, se concentram em postos instalados nos acessos, em frente à porta principal da Universidade de Sanaa, para proibir a entrada de carros e inspecionar os transeuntes.
As medidas foram adotadas depois dos protestos opositores realizados nos últimos dias na Al Taguir e após a convocação feita no domingo à noite pelo Conselho dos Jovens da Revolução Pacífica.
O Conselho pediu manifestações em Sanaa e no resto das províncias para protestar contra os “atos fascistas das milícias houthis”.
Tais protestos vão ser diários, a partir de hoje, até “pôr fim ao golpe de Estado e libertar o Iêmen”, segundo o Conselho, que pediu para não dialogar com os houthis.
Na semana passada, os houthis combateram as forças oficiais do Iêmen, tomaram o palácio presidencial e cercaram a casa do presidente Abdo Rabbo Mansur Hadi.
Com a situação, o primeiro-ministro do país, Jaled Bahah, renunciou ao cargo na quinta. Hadi tambémentregou o cargo horas mais tarde, decisão que não foi aceita pelo Parlamento do país.
O Iêmen, país mais pobre do Oriente Médio, vive instabilidade política desde a Primavera Árabe, quando o então presidente Ali Abdullah Saleh renunciou após pressão popular.
O regime atual, aliado de Washington, sofre para combater células terroristas no país. O braço da Al Qaeda no Iêmen é um dos mais ativos do grupo.
Como se não bastasse, milícias xiitas conhecidas como houthis -que também são inimigas da Al Qaeda- originárias do norte iemenita, tomaram a capital, Sanaa, em setembro.