ESTELITA HASS CARAZZAI
CURITIBA, PR – Vai continuar nesta terça-feira (27) a greve de ônibus de Curitiba, mas a Justiça determinou que pelo menos metade da frota circule a partir da meia-noite.
No horário de pico, 70% da frota deve estar nas ruas. Nos demais horários, 50%.
A ordem foi dada em audiência no Tribunal Regional do Trabalho, realizada na noite desta segunda (26), que tentava colocar um fim na paralisação iniciada nesta segunda.
Motoristas e cobradores reclamam de atrasos em pagamentos e dizem que não receberam o adiantamento salarial de 40% no último dia 20, o que levou à greve.
A Justiça também marcou uma nova audiência para esta terça (27), às 14h30, para que a Prefeitura de Curitiba e o governo do Paraná apresentem uma proposta de pagamento dos salários atrasados aos trabalhadores, a fim de terminar a greve.
GREVE
A greve da categoria começou na manhã desta segunda. Nas ruas, passageiros tiveram de recorrer ao carro, a táxi ou a lotações, que cobram R$ 6 por pessoa, para irem ao trabalho. Centrais telefônicas ficaram congestionadas, assim como o trânsito.
Algumas lojas no centro só abriram perto do meio-dia. Outros empresários, prevenidos, buscaram seus funcionários de carro, em “caravanas”.
A prefeitura tentou remediar: para substituir os icônicos biarticulados -os ônibus “vermelhões” que se tornaram símbolo do transporte de Curitiba-, kombis foram colocadas à disposição dos passageiros nos principais terminais. As peruas operam gratuitamente e fazem o mesmo roteiro dos biarticulados.
Esta é a terceira greve geral dos ônibus em Curitiba desde 2012.
A cidade é conhecida por ter um sistema de transporte público modelo, concebido na década de 1970 e copiado em todo o mundo. São características as vias exclusivas para ônibus, as estações-tubo, o pagamento antecipado da passagem e a integração das linhas em terminais.