MARCEL MERGUIZO, ENVIADO ESPECIAL
DOHA, QATAR – A presidente do comitê de bem-estar do trabalhadores da Copa do Qatar, Farah Al-Muftah, defendeu o país nesta terça-feira (27) em relação às críticas e acusações de maus-tratos a operários das obras para o Mundial de 2022.
Na apresentação sobre a evolução dos projetos dos estádios, ela exibiu algumas normas que diz que o país segue na contratação e acompanhamento dos operários vindos de outros países como Filipinas, Nepal, Índia, Paquistão entre outros.
“Todos são responsáveis por estes trabalhadores em geral. Nós somos responsáveis, os contratantes são responsáveis, quem faz as inspeções também”, disse Farah. “Nós seguimos as leis do país”, completou.
Segundo Farah, auditorias do Ministério do Trabalho do Qatar e outras externas são feitas constantemente, mais de 70 inspeções foram realizadas até hoje e dois relatórios foram produzidos – um apresentado em dezembro e outro que está para ser publicado.
De acordo com o Comitê Supremo de Entrega e Legado, o pico de operários nas obras da Copa será de 74 mil. Hoje, cerca de 15 mil estrangeiros trabalham na construção dos estádios.
Em dezembro, o jornal britânico “Guardian” publicou que imigrantes nepalenses responsáveis pela construção da infraestrutura da Copa morreram ao ritmo de um a cada dois dias no Qatar devido às más condições de trabalho. O mesmo periódico havia denunciado, em reportagens de 2013, a situação precária dos operários, que receberiam salários muito baixo e ainda trabalhariam sem a estrutura devida -sob temperaturas de até 50ºC, faltaria até água potável a eles.
O comitê qatari nega as acusações e diz que os operários têm boas condições de trabalho, alojamento e internet para se comunicarem com as famílias em outros países. A responsável pelo bem-estar dos trabalhadores, porém, não soube dizer qual o salário mensal médio deles ou o mínimo que recebem no país.
O repórter MARCEL MERGUIZO viaja a convite da organização do Mundial de handebol