ISABEL FLECK, ENVIADA ESPECIAL
SAN JOSÉ, COSTA RICA – Os líderes dos países-membros da Celac (Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos) deverão aprovar nos próximos dois dias, em reunião na Costa Rica, uma declaração que renova o pedido pelo fim do embargo a Cuba e outro que condena as sanções dos EUA a venezuelanos.
Segundo o subsecretário-geral de América do Sul, Antonio Simões, que representou o chanceler Mauro Vieira na cúpula ministerial na terça-feira, a Celac vai manifestar seu apoio à reaproximação de EUA e Cuba numa declaração especial, mas também cobrará o fim do embargo.
“Foi um tremendo avanço o que aconteceu em dezembro, mas temos que ver como a coisa vai funcionar na prática. (…) A questão do embargo eu ainda não vi até agora nenhum movimento real”, disse Simões.
Sobre a Venezuela, o texto deverá condenar as sanções aplicadas por Washington em dezembro a altos funcionários venezuelanos acusados de dirigir e apoiar atos de violência contra manifestantes no país.
A atuação do governo venezuelano para conter os protestos do início de 2014, em confrontos que deixaram 43 mortos, e a grave crise econômica que assola o país, contudo, não devem entrar no texto redigido pelo membros da Celac.
Apesar da ausência da presidente Cristina Kirchner, na cúpula, a Argentina será um dos destaques entre as cerca de 20 declarações especiais que serão divulgadas no encontro.
Em dois documentos, os países da Celac demonstrarão apoio ao governo Kirchner na disputa sobre a dívida argentina com os chamados “fundos abutres” e na discussão da soberania argentina sobre as ilhas Malvinas.
REDUÇAO DA POBREZA
O documento principal deverá estipular metas –ainda não fechadas– para a redução da pobreza na região até 2025, e trará um parágrafo especial em apoio à reeleição, em junho, do brasileiro José Graziano para o cargo de diretor-geral da FAO (Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura).
A presidente Dilma Rousseff chega na tarde desta quarta-feira (28) à Costa Rica e terá reuniões bilaterais com o presidente colombiano, Juan Manuel Santos, e com o presidente do Panamá, Juan Carlos Varela.