SÃO PAULO, SP – O governo da Rússia pretende gastar ao menos 2,34 trilhões de rublos (US$ 35 bilhões) para ajudar a economia a lidar com sanções do Ocidente e com a queda nos preços do petróleo, de acordo com plano que sugere que o custo final pode ser bem mais alto.
Apenas 22 dos 60 itens foram custeados, sugerindo que o custo final do plano pode ser muito mais do que 2,34 trilhões de rublos, que representa os custos combinados dos itens para os quais foram fixados financiamento. O plano apontou que esses custos ainda estão sujeitos a discussão do governo.
O ministro das Finanças russo, Anton Siluanov, disse na terça-feira (27) que o plano não vai ampliar os gastos totais do orçamento, por causa das reservas orçamentárias e cortes em outras áreas.
Entre as prioridades, o maior item único é um programa de 1 trilhão de rublos para recapitalizar bancos através da emissão de títulos do governo, que já haviam sido financiados com o orçamento federal do ano passado.
Outros itens importantes incluem 160 bilhões de rublos em empréstimos federais para ajudar governos regionais, além de 188 bilhões de rublos para financiar uma indexação de pensões.
Entre dezenas de itens menores ou sem custo no plano estão subsídios e isenções fiscais a empreendimentos industriais, pequenas empresas e agricultura.
NOTA DE CRÉDITO
Na segunda-feira (26), a agência de classificação de risco S&P (Standard & Poor’s) cortou a nota de crédito da Rússia para BB+, abaixo do grau de investimento (chancela de mercado seguro para se investir).
A S&P havia alertado no fim de dezembro que poderia tirar o grau de investimento da Rússia a partir de meados de janeiro, após rápida deterioração da flexibilização da política monetária do país e do enfraquecimento da economia.
A medida pode prejudicar não só a imagem da Rússia entre os investidores, mas também elevar seus custos de financiamento, já que muitos fundos têm regras que os impedem de comprar títulos não classificados como grau de investimento.
Na terça, o governo da Rússia criticou a medida e disse que as decisões tomadas pelas agências de classificação de risco têm motivações políticas.
“Elas são politicamente motivadas, e, consequentemente, é improvável que empresas sábias possam ou devam levá-las em conta”, disse Dmitry Peskov, porta-voz do presidente russo.