SÃO PAULO, SP – Alvo de injúrias raciais em uma partida da Superliga nesta terça-feira (27), a capitã da seleção brasileira e do Sesi, Fabiana Claudino, afirma que só deverá tomar uma atitude após conversar com o Minas Tênis Clube, mandante do confronto e clube pelo qual iniciou a carreira. “Vou conversar com o Minas e, juntos, nós vamos tomar a melhor providência que pode ser tomada sobre esse caso”, disse à Folha nesta quarta-feira (28). Fabiana entende que a sociedade deve refletir sobre o racismo, mas entende que a punição é a solução mais adequada para evitar o surgimento de novos casos de injúria. “A Justiça tem que fazer a lei ser cumprida, para que esse tipo de comportamento não volte acontecer, seja no vôlei, no futebol ou em outro esporte”, declarou. Durante a partida contra o time mineiro, em Belo Horizonte, um homem chamou Fabiana de “macaco” e perguntou se ela “queria banana”. Após ser denunciado, o torcedor foi retirado do ginásio e encaminhado à delegacia. Fabiana relatou que não ouviu as ofensas enquanto esteve em quadra, mas soube do caso logo após o jogo. “Depois do jogo, os meus familiares vieram comentar comigo o que aconteceu e fiquei muito triste. Não dá para acreditar que ainda hoje existem pessoas com esse pensamento tão pequeno, prontas para praticar uma atitude racista. De tudo isso, fiquei mais chateada pela minha família, que estava no ginásio e testemunhou tudo”, afirmou. “Não olho para essa pessoa como um torcedor do Minas. Tenho um carinho muito grande pela torcida, assim como a torcida do Minas gosta muito de mim. Era uma pessoa infeliz que estava ali na arquibancada. Tenho pena dele, porque deve passar valores ruins para a sua família”, completou a central do Sesi.