ANDERSON FIGO
SÃO PAULO, SP – Mantendo inalterado o nível de calotes e com expansão modesta no crédito, o Bradesco registrou lucro líquido de R$ 15,089 bilhões no ano passado. A cifra corresponde a um salto de 25,6% sobre o valor visto em 2013. Apenas no último trimestre, o banco lucrou R$ 3,993 bilhões, alta de 29,7% em 12 meses.
Em bases recorrentes, que exclui ganhos e perdas extraordinários, o lucro do Bradesco foi de R$ 15,359 bilhões em 2014, 25,9% acima do registrado no ano anterior. Considerando apenas o último trimestre, a cifra chegou a R$ 4,132 bilhões, alta anual de 29,2%.
O aumento do lucro foi guiado, entre outras coisas, pela margem financeira de juros, que ficou dentro do esperado em 2014. Houve crescimento de 12% sobre o ano anterior, totalizando R$ 47,806 bilhões. A expectativa do Bradesco era de avanço entre 9% e 12%. A projeção para este ano, contudo, é menor: entre 6% e 10% de alta.
O banco conseguiu elevar seus financiamentos em 6,5% em 12 meses. Com isso, a carteira de crédito ampliada do Bradesco, incluindo outras operações com risco de crédito, avais e fianças, chegou a R$ 455,1 bilhões em dezembro.
Mas o crescimento do crédito ficou abaixo da meta estipulada pelo próprio banco, que era de uma expansão entre 7% e 11% em 2014. A expectativa havia sido anunciada em outubro do ano passado. Antes disso, o segundo maior banco privado do país previa aumento entre 10% e 14% nos financiamentos.
O avanço mais comedido da carteira de crédito no último trimestre do ano, de 2,5% sobre igual período de 2013, prejudicou o desempenho em 12 meses. Até setembro, o Bradesco mostrava crescimento de 7,7% nos financiamentos, na comparação com dezembro do ano anterior.
Para 2015, o Bradesco revelou projeção ainda menor para o crescimento da carteira de crédito, de apenas um dígito: o banco prevê alta entre 5% e 9%.
Novamente o crédito imobiliário ajudou a sustentar o crescimento da carteira de financiamentos do Bradesco. Em dezembro, esta modalidade atingiu R$ 17,919 bilhões, alta de 7,1% sobre o terceiro trimestre e expansão de 31,7% em 12 meses.
O crédito rural também teve alta expressiva na comparação anual, de 22,7%, enquanto o consignado (com desconto em folha de pagamento) subiu 10,6%. Assim como o crédito imobiliário, essas são modalidades consideradas de menor risco, foco da estratégia do banco.
A taxa de inadimplência acima de 90 dias, que havia subido do segundo para o terceiro trimestre de 2014, mostrou ligeira baixa de 0,1 ponto percentual entre outubro e dezembro, para 3,5%. É o mesmo nível visto um ano antes.
Por causa disso, o banco reduziu 1,2%, ou R$ 41 milhões, as despesas de provisões para calotes no último trimestre, que alcançaram R$ 3,307 bilhões. No ano, porém, houve crescimento de 5,1%, para R$ 12,657 bilhões.